Depois de um mês do período eleitoral sem divulgação de pesquisa ampla para medir intenções de voto ao governo do Paraná, os institutos já divulgaram sete pesquisas em 40 dias. Outras duas sondagens estão programadas para esta semana – dos institutos Radar e Veritá. Os candidatos que aparecem atrás costumam questionar a legitimidade da pesquisa, como já fez o senador Roberto Requião (PMDB), candidato ao governo. Outra postura é ignorar os resultados, como a senadora Gleisi Hoffmann (PT), que não tem comentado sua colocação na corrida ao Palácio Iguaçu. 

Para os especialistas, as pesquisas têm sim sua influência, mas não tanto na decisão do voto em si, e sim na nas doações e apoios políticos que são diretamente afetados pelo resultado das sondagens. O eleitor em si, considera a pesquisa eleitoral apenas um dos fatores de influência no voto final, avaliam.
Uma das funções do marketing político é descobrir quais fatores influenciam a decisão do voto e para isso os profissionais se baseiam, em boa parte, nos resultados das pesquisas eleitorais para medir a eficácia das campanhas. Além de método, a pesquisa pode influenciar diretamente no voto do eleitor quando altera o comportamento das campanhas.
Segundo o professor de Ciência Política da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Mário Sérgio Lepre, as pesquisas mostram os candidatos que já consolidaram seus nomes ao logo de determinado tempo antes das eleições e, eventualmente, aparecem novos nomes que podem alterar a tendência dos gráficos eleitorais. A pesquisa dá ao marqueteiro as informações que determinam a campanha. Veja a própria presidente Dilma, a campanha dela mudou completamente depois do crescimento da Marina Silva. A pesquisa é muito importante e pode mudar tudo, comenta.
Diretamente, o professor ressalta que também é possível mudar o voto do eleitor. É uma variável que o eleitor pode utilizar para o ‘voto útil’, por exemplo, mas é difícil isolar porque são várias – só que a lógica é racional, o eleitor vota em quem tem chance, explica.