Terminou por volta das 17h deste sábado (13) a rebelião na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP II), na Região Metropolitana de Curitiba, de acordo com o governo do estado. O último agente penitenciário que restava como refém foi liberado. Segundo o governo, não houve muitos prejuízos, e os presos foram reencaminhados para as celas que já ocupavam.

As negociações, que começaram logo após o início da rebelião, foram paralisadas por volta das 2h30 e retomadas de manhã, com a participação da Secretaria de Justiça, BOPE, DEPEN e OAB-PR, segundo informou o Sindicato dos Agentes Penitenciários.

Só depois das 17h, a lista de transferências de presos foi fechada e o segundo agente foi libertado. Por volta de meio dia, um dos agentes penitenciários já havia sido solto. Ele ficou 20 horas em poder dos presos.

O governo negociou com os presos as transferências de 43 presos – 23 para outras unidades dentro do próprio Complexo Penitenciário de Piraquara, 10 para presídios do interior do estado, e 10 para o estado de Santa Catarina.

 

Histórico

O motim teve início na 9º galeria, do bloco 3, quando os presos eram recolhidos do banho de sol. Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), os cerca de 40 rebelados reclamam da superlotação e da comida. Ainda segundo a Secretaria de Justiça (Seju), eles também estariam contra a prisão. Segundo a Seju, na noite desta sexta-feira, um dos agentes penitenciários foi liberado pelos detentos sem nenhum ferimento.

O governador Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição, disse nesta sexta-feira (12) à tarde que a série de rebeliões nos últimos meses parece orquestrada. Já pedi investigação à Secretaria de Segurança Pública, a nossa Polícia Civil já está investigando o que está acontecendo nessas rebeliões, porque me parece que é algo orquestrado; rebeliões seguidas, e já tinha sido ouvido lá em Cascavel que seriam desencadeadas nos próximos dias mais três ou quatro rebeliões. Estamos atentos e a polícia já está em alerta, afirma.

O presidente do Sindarspen, Antony Jhonson afirma que o governador está ciente dos problemas. Ele sabe de tudo que está acontecendo e precisa tomar uma atitude, afirma.

Pelo menos 29 trabalhadores foram feitos reféns desde dezembro de 2013 em 19 rebeliões no Estado.

Em nota a Secretaria de Justiça afirmou que no  mesmo horário que começou a rebelião o Governo do Estado estava reunido e em negociação com o Sindicato dos Agentes Penitenciários, a Secretaria da Segurança Pública informa que a Polícia Militar, por meio do Batalhão de Operações Especiais, permanece com uma equipe de negociação e grupos de ações táticas no local.

“Desde as primeiras horas da rebelião na PEP II foi constituído o Gabinete de Gestão de Crises na sede da Secretaria da Segurança Pública. A Secretaria da Segurança Pública reitera que não vai admitir atos de barbárie no sistema penitenciário paranaense, sob gestão da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, tendo como finalidade a preservação de vidas e a dignidade de todos, tanto de detentos quanto dos agentes públicos, bem como o restabelecimento da ordem”, diz a nota.

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