Sempre que são questionados sobre os problemas, os dois principais candidatos ao governo do Paraná – governador Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição, e ex-governador Roberto Requião (PMDB) – usam as ações de seus respectivos governos, além de defeitos mútuos das gestões deles, para atacar o adversário. Beto Richa afirma que recebeu o Estado com a pior situação carcerária do país em 2011 e o caos carcerário só não foi pior graças às ações do governo para conter os problemas.
Quando assumimos o governo, em 2011, o Paraná tinha a pior situação carcerária do País, segundo o Ministério da Justiça. Na ocasião, tínhamos 16 mil presos em custódia irregular, em delegacias. Trabalhamos para mudar isso com a transferência de sete mil presos para presídios e, na próxima gestão, vamos zerar essa situação, afirma. Em uma eventual reeleição, Richa afirma que pretende integrar os trabalhos das secretarias. Vamos fortalecer ainda mais as atividades entre as Secretarias de Segurança Pública e Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos para resolver a questão da superpopulação carcerária, principalmente quanto à responsabilidade pela guarda e custódia de presos, propõe. Richa se refere ao problema envolvendo a custódia de presos feita por policiais civis em delegacias do Paraná. Em um das situações mais graves de incompatibilidade de função, um investigador foi morto enquanto escoltava um preso ao dentista no ano passado. A função, em tese, seria da Polícia Militar. Na ocasião, o superintendente da Delegacia de Campo Largo, Marcos Antônio Gogola, foi morto e um agente carcerário ficou ferido durante uma ação de resgate de um preso no Centro de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, em setembro do ano passado.
Já sobre as deficiências em ações efetivas de trabalhos de reinserção dos presos, Richa desmente a afirmação de não existem políticas públicas, feita pela OAB e Defensoria Pública. Atualmente, 30% dos presos trabalham, quase o dobro do que era em 2010, garante o governador. Entre os projetos de reinserção, Richa cita um trabalho feito por meio da leitura e também garante que, se for reeleito, serão criados projetos para possibilitar o serviço voluntário. Criamos o projeto de Remição de Pena pelo Estudo por meio da Leitura, que vem sendo copiado por diversos estados brasileiros e assinamos um decreto para acordos de cooperação entre o Departamento de Execução Penal, instituições, especialmente universidades. Pessoas interessadas poderão desenvolver serviços voluntários nas penitenciárias, afirma.