JOSÉ MARQUES SÃO PAULO, SP – Em discurso de mais de 40 minutos, a presidenciável Marina Silva (PSB) criticou, nesta segunda-feira (15), os ataques da campanha do PT à sua candidatura e disse que “desconfia” que a presidente Dilma Rousseff “não se sente confortável” com “o que está dizendo” a respeito da pessebista. Empatada tecnicamente com Dilma nas pesquisas de intenções de votos, Marina tem sido alvo de críticas nas propagandas televisivas do PT e nos discursos da presidente em temas como a exploração do pré-sal e a independência do Banco Central. Em evento a artistas no centro de São Paulo, a candidata disse “um marqueteiro que diz que é para ela [Dilma] dizer assim” e que vive “uma luta de Davi contra vários Golias com artilharia pesada”. “Mesmo que essas mentiras me reduzam a pó, a minha história não muda pelo poder dessas mentiras”, afirmou. “Pode vir mil marqueteiros dizendo para eu mentir, e eu não vou mentir nem a respeito dela, nem de Aécio, nem de ninguém, porque não vou me transformar naquilo que nós combatemos”, afirmou, acrescentando que “passou boa parte da vida tendo que explicar as mentiras que diziam contra o [ex-presidente] Lula. “Deveriam ser pelo menos mais criativos e ter outras formas, não usar as mesmas mentiras que usavam contra o Lula”. Segundo a ex-senadora, uma “estrutura muito poderosa” tem sido usada para combatê-la. “Porque chegar no interior da Bahia e ouvir ‘vai acabar com o Mais Médicos, vai acabar com o Minha Casa, Minha Vida, vai acabar com o Bolsa Família, vai acabar com a transposição do São Francisco, vai acabar com a Transnordestina, vai acabar com o pré-sal’. Vocês acham que isso é um ser humano? Só se fosse o Exterminador do Futuro”. No evento, Marina ouviu mais de 20 representações de classes artísticas que expuseram suas demandas à candidata, entre eles o cineasta Fernando Meirelles –que pediu que a política para audiovisual não seja modificada–, o rapper Xis e o cantor Dinho Ouro Preto. Em resposta, ela defendeu a ampliação de gastos para a Cultura, mas sem citar qual seria o porcentual. “Eu estou me sentindo aqui abraçada por esse momento. O momento de poder falar de política e ao mesmo tempo estar em contato com aqueles que fazem a boa arte, porque tem muita gente fazendo arte na política, mas naquele outro sentido, a arte de acabar com a Petrobras Após o encontro, Marina seguiu para reunião fechada com o músico Gilberto Gil, para a gravação de um programa para o horário eleitoral.