Três dias após o fim de um motim, outro já começou na Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II). A rebelião, que teria começado na hora de servir o café da manhã dos presos no bloco três, conta com o envolvimento de cerca de 60 presos.As negociações foram suspensas por volta das 21 horas desta terça-feira (16) e devem ser retomadas nesta quarta-feira (17). Segundo a Polícia Militar (PM) e a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), responsáveis pela negociação, o motim tem como motivação o medo que os presos rebelados têm de detentos de uma faccção rival. Os amotinados, inclusive, chegaram a pedir a construção de um muro para dividir a PEP II.

O movimento acontece no mesmo bloco em que aconteceu a última rebelião na penitenciária, que começou na sexta-feira (12) e durou até a tarde de sábado (13). Dessa vez, começou na 9ª galeria, quando os presos conseguiram abrir algumas das celas e detiveram os agentes. Eles estariam reclamando da falta de segurança e estariam temendo ações dos presos do PCC.


Durante a tarde, três presos rebelados passaram mal e tiveram de ser retirados das celas, sendo levados para o centro de triagem da penitenciária, onde foram atendidos. Neste momento, integrantes da PM, Polícia Civil, Seju e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) negociam com os rebelados, mas como há algumas reivindicações que não podem ser atendidas, o fim do motim poderá levar mais algum tempo.

Segundo a Seju, a PEP II possui capacidade para receber 1.108 vagas, mas atualmente 1.037 detentos estão na penitenciária. O Sindarspen, porém, afirma que há superlotação, já que a capacidade inicial da penitenciária era de 960 vagas e a quantidade foi aumentada com a publicação de uma resolução em 2013.

“Uma verdadeira irresponsabilidade. Sem ter estrutura nenhuma para receber essa quantidade de presos que foram aumentadas. Logicamente que assim fica fácil defender que não há superlotação”, contestou o presidente do Sindarspen, Antony Johnson, por meio de nota encaminhada à imprensa.