TATIANA FREITAS
SAO PAULO, SP – O desempenho da economia brasileira teve uma leve retração de 0,4% em agosto, interrompendo a expansão de 2% registrada em julho, de acordo com o Iace (Indicador Antecedente Composto da Economia), divulgado nesta quarta-feira (17). O índice atingiu a marca de 121,5 pontos no mês passado, ante 122 em julho, segundo a Fundação Getúlio Vargas, que calcula o Iace em parceria com o The Conference Board. Em junho, o indicador havia mostrado uma queda de 1,6% na economia.
Dois oito componentes analisados, apenas três contribuíram positivamente para o indicador em agosto. Houve uma melhora na expectativa da indústria, com o índice de confiança passando de 82,9 para 84%. Mas Paulo Picchetti, economista do Ibre/FGV, disse que ainda é cedo para falar em reversão da tendência de pessimismo no setor.
“Houve uma reação em agosto, mas com uma base de comparação muito fraca. Ainda não se pode falar em reversão da tendência”, afirmou.
Também houve melhora nas expectativas dos investidores, demonstradas pela medida de taxa de juros e do índice Ibovespa. Picchetti também ressalta, no entanto, que esses componentes estão altamente influenciados pelas pesquisas eleitorais, o que pode causar ruídos na interpretação das expectativas do mercado.
Do outro lado, contribuíram negativamente para o indicador as expectativas do consumidor, do setor de serviços e o comércio exterior, devido a queda do volume das exportações.
Para o economista, o indicador confirma o quadro de estagnação da economia, que deve se manter pelo menos ate a definição das eleições presidenciais. “Pelo menos ate o final do ano, antevemos dificuldades para retomar o crescimento econômico.”
INDICADOR COINCIDENTE
A FGV também divulgou nesta quarta o indicador coincidente composto da economia (ICCE), que mostra um retrato atual da economia. Em agosto, ele aponta uma expansão de 0,1% na economia, registrando a marca de 127 pontos. Em julho, o indicador subiu 0,2%, após um recuo de 0,6% em junho.