GABRIELA GUERREIRO E MARIANA HAUBERT BRASÍLIA, DF – Escoltado por policiais federais, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa chegou no início desta tarde ao Congresso Nacional, onde vai prestar depoimento à CPI que investiga a estatal. Com visual diferente, de bigode, Paulo Roberto foi levado por policiais até uma sala reservada no Senado, onde vai aguardar o início do depoimento. O ex-diretor está sem algemas, seguindo determinação judicial, e vai ficar isolado na sala até o momento do depoimento.

A Polícia Federal foi responsável pelo transporte de Paulo Roberto até o Congresso. Dentro do Legislativo, a segurança do ex-diretor ficará a cargo da Polícia Legislativa. A Justiça do Paraná assegurou o transporte do ex-diretor sem o uso de algemas. Para o juiz Sérgio Moro, que cuida do caso em Curitiba, Paulo Roberto também tem o direito constitucional de permanecer calado durante o depoimento para não produzir provas contra si próprio.

A expectativa de integrantes da CPI é que Paulo Roberto se mantenha em silêncio durante o depoimento. Mas a oposição vai pressioná-lo para revelar detalhes do esquema de corrupção na estatal em sessão secreta. Para a oposição, a Constituição permite a Paulo Roberto falar à CPI em sigilo, com a presença apenas de membros da comissão de inquérito. “A sessão secreta preserva a delação. O entendimento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que ele não pode falar é equivocado.A nossa visão tem o respaldo constitucional”, afirmou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).

Janot afirmou nesta quarta que o ex-diretor da Petrobras deverá permanecer calado no depoimento à CPI que investiga irregularidades na estatal. O procurador-geral disse que, como em tese Costa firmou acordo de delação premiada com a Justiça, a legislação impõe sigilo aos envolvidos no processo. O depoimento está marcado para ter início às 14h30.