RIO DE JANEIRO, RJ – O comandante geral da Polícia Militar, coronel Luís Claudio Castro, permanecerá no cargo apesar das denúncias de corrupção envolvendo 24 policiais militares reveladas na última segunda-feira (15). O anúncio foi feito pelo secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, nesta quarta-feira (17).
“As investigações continuam. Se elas tiverem algo revelador, vamos punir ou fazer o movimento que tiver que ser feito, mas o comandante da Polícia Militar continua”, declarou Beltrame.
A Justiça do Rio prendeu preventivamente 24 PMs acusados de praticar uma série de extorsões entre 2012 e 2013 contra comerciantes ou motoristas de vans na área do Batalhão de Bangu, na zona oeste da cidade.
As propinas, de acordo com os investigadores, eram diárias, semanais ou mensais. Variavam de R$ 30 a R$ 2.600.
O grupo, segundo a Polícia Militar e o Ministério Público, era chefiado pelo comandante do COE (Comando de Operações Especiais), o coronel Alexandre Fontenelle. Em nota, a PM disse que Fontenelle não era o terceiro homem na hierarquia da corporação, mas chefiava um comando considerado intermediário.
O coronel também está sendo investigado por enriquecimento ilícito. Agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança apreenderam na casa de Fontenelle comprovantes de depósito bancários de altos valores –dois deles, na conta de um parente, somavam R$ 2 milhões.
Fontenelle, que também pertenceu ao Bope (Batalhão de Operações Especiais), será substituído pelo coronel Rogério Leitão. Leitão ocupava era chefe do 1º CPA (Comando de Policiamento de Área), responsável pelo planejamento de policiamento da capital.
Questionado sobre a escolha de Fontenelle para a chefia do COE, o comandante geral da PM disse que não havia suspeita anterior que desabonasse o escolhido. “Até esta segunda-feira, o coronel Fontenelle não tinha nenhuma notícia que manchasse a sua ficha, e por isso ele foi escolhido”, disse o coronel Castro.