DANIEL CARVALHO
RECIFE, PE – Agora líder na disputa pelo governo de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) decidiu manter na gaveta vídeos de ataque ao seu principal adversário, Armando Monteiro Neto (PTB).
Pesquisa Ibope divulgada na noite de terça-feira (17) mostrou que o candidato do PSB ultrapassou o petebista. Eles aparecem com 38% e 32% de intenções de voto, respectivamente.
Câmara começou a campanha atrás de Monteiro em todas as pesquisas. Impulsionado pela comoção com a morte de seu padrinho político, o ex-governador Eduardo Campos, empatou com o rival e agora o superou.
Com a ascensão de Câmara, Monteiro passou a atacá-lo. O petebista, que tem apoio da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aponta falta de experiência no adversário e diz que ele apenas fez carreira “burocrática”.
Segundo integrantes da campanha do PSB, vídeos críticos a Monteiro já foram produzidos, mas só serão usados até a eleição caso os ataques se intensifiquem. As peças tratam de empresas pertencentes à família de Armando Monteiro Neto que faliram e sugerem que o candidato poderia quebrar Pernambuco.
Monteiro se defende da crítica afirmando que não fazia parte da direção das empresas falidas e que é acionista apenas da Noraço Indústria e Comércio de Laminados, no Recife.
DEBATE
“Você tem experiência na burocracia”, disse Monteiro a Câmara na noite de terça-feira (16), em debate da TV Jornal (afiliada do SBT em PE), o primeiro entre os dois. “Você é herdeiro. Você é depositário da confiança [de Eduardo Campos]. A você seria atribuída a gerência, nunca a liderança. Você não tem esse perfil”, completou o petebista no confronto.
Servidor concursado do Tribunal de Contas do Estado e ex-secretário de Campos, Câmara ocupou as pastas de Administração, Turismo e Fazenda entre 2007 e 2014.
Monteiro também tem tentando associar a Câmara a polêmica envolvendo as empresas ligadas ao caso do jatinho usado por Campos, que foi pago por empresas fantasmas ou sem capacidade financeira.
Por causa dos ataques, Câmara já obteve direito de resposta no programa eleitoral de Monteiro e também no debate desta semana.