ADRIANO BARCELOS RIO DE JANEIRO, RJ – A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, respondeu às criticas de adversários e focou os contra-ataques na presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, em entrevista coletiva no Rio. Por duas vezes, ela fez ressalvas à política de incentivo do governo federal na gestão do PT. “Dilma tem que explicar por que R$ 500 bilhões foram repassados a meia dúzia de empresários, o que equivale a 24 anos de Bolsa-Família”, disse a candidata. Marina disse lamentar que tenha de dar resposta a ataques dos adversários em vez de apresentar suas propostas. “Não vou admitir que fofocas, mentiras, sejam o que vai pautar um debate sério”, afirmou, para em seguida ressaltar o que considera boatos lançados pelos adversários. “Os direitos trabalhistas são conquistas e serão respeitados. Não vou ficar aqui tratando de especulações. O nosso programa (de governo) é claro”. Marina atacou Dilma também ao associar a sucessão de escândalos envolvendo a Petrobras ao pragmatismo político defendido pela campanha petista. “A escolha do senhor Paulo Roberto, que está há 12 anos como funcionário de confiança do governo da presidente Dilma, porque ela tem quatro anos de relação com ele como funcionário de sua confiança. É o resultado da governabilidade que estão reivindicando que não pode mudar?”, questionou, acrescentando que “vai governar com os melhores dos partidos” e que “não vai aceitar a lógica imposta por PT e PSDB”. Na sequência, Marina enumerou metas não cumpridas pelo governo da petista: “Não vou trabalhar com insinuações. Queremos que o cidadão possa receber o que merece. A educação não é de qualidade, há oito milhões de analfabetos. Prometeram fazer seis mil creches, mas fizeram 400. Os juros estão altíssimos e a inflação está voltando. O crescimento é pífio”, afirmou. Depois da coletiva de imprensa, a candidata respondeu a perguntas de internautas em uma rede social a partir de um quarto de hotel em Copacabana, na zona sul do Rio. À noite, ela vai participar de um encontro com artistas e intelectuais que a apoiam, no centro da cidade.