O ex-diretor da Área de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa compareceu ontem à Comissão Parlamentar de Inquérito mista que investiga a estatal, mas se recusou a responder qualquer pergunta dos parlamentares sobre o suposto esquema operado por ele que desviaria recursos da empresa para políticos. Quesionado pelo deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), se ele declinaria os nomes dos políticos citados na delação premiada que teriam recebido propina a partir de contratos na estatal, Costa confirmou que se reservaria no direito de permanecer calado.
Hoje, o nome que o senhor falar, está morto, disse Mabel, durante a CPI mista da Petrobras. Desculpe, mas reitero a minha posição aqui de ficar calado, respondeu Costa.
O ex-dirigente da estatal, que está preso por conta das investigações da Operação Lava Jato, olhou para todos os parlamentares que o citavam nas suas falas. O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), mostrou uma foto do ex-diretor no qual ele está escrevendo algo no macacão da presidente Dilma Rousseff. Gostaria de saber o que você escreveu no macacão dela? questionou o tucano. Ele só olhou para o parlamentar.
Pouco depois, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) arrancou risadas do plenário quando disse que, se o ex-diretor não queria falar nem mesmo em sessão reservada, Costa só declinaria o esquema sobre tortura. Mais uma vez, o ex-diretor somente olhou para o peemedebista.
O ex-diretor chegou ao Senado, sob forte esquema de segurança. Ele veio da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso e ficou isolado durante uma hora e meia, segundo o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o relator, da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS).
A oposição pediu ao presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que a sessão seja secreta para dar a Costa oportunidade de falar sem prejudicar o acordo de delação premiada feito com a Justiça. A oferta foi feita ao ex-diretor da Petrobras, que disse que, independentemente disso, não responderia às perguntas. Por isso, a sessão continua aberta e é acompanhada pelo público.