A polícia australiana anunciou nesta quinta-feira (18) ter desarticulado uma rede de partidários do grupo radical Estado Islâmico (EI) que tinha a intenção de realizar decapitações na Austrália. Não são apenas suspeitas, e sim intenção. Esta foi a razão que levou a polícia e as forças de segurança a agir, disse o primeiro-ministro Tony Abbott, que mencionou informações sobre eventuais decapitações públicas.

Na operação, a maior do tipo organizada na Austrália, foram presas 15 pessoas suspeitas de terrorismo, nas cidades de Sidney e Brisbane. Mais de 800 policiais participaram na operação nos estados de Queensland e Nova Gales do Sul, com o objetivo de deter 25 supostos integrantes da mesma rede.

A operação acontece apenas uma semana depois de o governo australiano ter elevado o nível de alerta ante a ameaça representada pelos combatentes australianos do EI, em seu retorno do Oriente Médio. O EI é um grupo jihadista radical que conseguiu recrutar milhares de combatentes e tomou o controle de importantes cidades no Iraque e na Síria. O grupo anunciou ter instaurado um califado entre as regiões conquistadas.

Entre os suspeitos detidos na Austrália está Omarjan Azari, de 22 anos, que foi colocado em prisão preventiva por ter planejado um ato que pretendia “aterrorizar”, anunciou o Ministério Público. Segundo a acusação, Azari recebeu ordens do australiano de maior posto dentro da estrutura do EI, Mohamad Baryalei, nascido no Afeganistão, para “selecionar pessoas de maneira aleatória com o objetivo de executá-las de maneira horrível” e filmar os atos, afirmou o promotor Michael Allnutt, de acordo com a France Presse.

O canal público ABC informou que as imagens seriam enviadas à unidade de comunicação do EI no Oriente Médio antes da divulgação.

O procurador-geral austraiano, George Brandis, confirmou que uma pessoa nascida no Afeganistão, que havia passado um tempo na Austrália e que agora trabalhar para o Estado Islâmico no Oriente Médio, havia ordenado a seus seguidores na austrália que decapitassem pessoas e gravassem as execuções.

“Se a polícia não tivesse atuado hoje, é provável que isso teria acontecido”, disse Brandis à ABC.

A polícia decidiu realizar a operação depois de interceptar uma mensagem de um australiano que estaria bem situado na hierarquia do EI, com um apelo às redes de apoio na Austrália a cometer assassinatos públicos, afirmou o primeiro-ministro Tony Abbott.

Quase 60 australianos combatem entre os jihadistas no Iraque e na Síria, e quase 100 concedem, a partir da Austrália, apoio ativo aos movimentos sunitas radicais, segundo as forças de segurança do país.

Para o ministro da Imigração, Scott Morrison, a operação demonstra a ameaça muito real que a Austrália enfrenta e justifica a enérgica resposta do governo.