Para o professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e especialista em trânsito, Orlando Pinto Ribeiro, um dos grandes problemas da Capital é seu plano diretor, que traz uma concepção de desenvolvimento linear e a hierarquia de vias. Para agravar ainda mais o problema, o anel viário de Curitiba ainda não entrou totalmente em operação.
Esse desenvolvimento linear faz com que você tenha muitas poucas rotas alternativas, precisando circular pelo sistema trinário. Outro problema é a hierarquia de vias, como a do expresso, que para ter um bom desempenho precisa ter poucas interrupções. Então ela funciona como se fosse um rio e acaba virando uma barreira física que dificulta para você fazer a transição de um lado para o outro dentro da malha viária, obrigando todo mundo a trafegar em vias pré-determinadas, explica Orlando. Outro ponto é o fato desse sistema forçar com que todo mundo, ao trafegar nele, tenha de passar pelo centro da cidade, completa.
Para o professor, a tendência é que, nos próximos anos, a situação piore se medidas não forem tomadas. E uma esperança seria o metrô, que poderia trazer uma melhora significativa, mas não deverá ficar pronto em menos de 10 anos. Com o metrô, tira-se o transporte coletivo da via exclusiva, ajudando a melhorar a fluidez de tráfego, possibilitando que se faça rotas alternativas. É como se você estivesse desobstruindo alguma artéria obstruída, afirma, apontando ainda outras opções.

A Setran tem outra visão. A gente percebe que os congestionamentos acontecem em horários de pico, mas em outros dias e horários você percebe uma fluidez muito grande, diz Cassiano Novo, diretor de educação no trânsito da Setran. Ele, porém, não nega que se algo não for feito agora, a situação pode piorar e muito. Acredito que estamos em um período de transição e que começamos a buscar alternativas. Ou você prioriza outros modais ou a situação vai piorar, e por isso estamos priorizando a bicicleta e os ônibus, para reverter essa situação. Temos de ter um planejamento agora para não chegar na situação de São Paulo e Rio de Janeiro.

Tecnologia

Confira alguns aplicativos

Waze
Mais conhecida solução para o trânsito em aplicativos. Traz mapas e indicações de fluxo atualizadas pelos próprios usuários, misturando funções de geolocalizações com redes sociais. É possível ainda criar grupos e adicionar amigos, que podem ser reconhecidos por avatares nos mapas de serviço, além de ser possível trocar mensagens sobre rota alternativas, pontos de interesse e até acidentes de trânsito. O waze está disponível gratuitamente para aparelhos com sistema iOS e Android

MapLink Trânsito
Traz mapas de algumas cidades brasileiras – entre elas Curitiba – com atualizações em tempo real das condições de trânsito, informando ainda sobre o nível de lentidão, que varia desde livre até lento, possíveis acidentes, previsão do tempo para o trajeto definido e a localização de estacionamentos, radares e postos de gasolina. O MapLink pode ser usado diretamente no site ou através do aplicativo gratuito para iOS, Android e Windows 8

Google Maps
Em maio deste ano, o aplicativo recebeu uma atualização. Agora, ele te mostra, por exemplo, em qual faixa ficar quando for pegar uma entrada na estrada. Além disso, o usuário pode traçar uma rota e descobrir as condições do trânsito local e uma previsão de tempo para fazer o percurso. Além disso, informa pontos e rotas dos ônibus. O problema é que a grande maioria das operações só podem ser feitas se você estiver conectado à internet. Grátis para iOS e Android

NavFree
Assim como o Waze, conta com a colaboração de usuários para manter as rotas e pontos de referência atualizados. Conta com mapas em 2D e 3D e a navegação é orientada por áudio. Na hora de localizar endereços é preciso estar conectado com a internet.  Está disponível gratuitamente para Android e iOS.