A culpa pelo trânsito congestionado, porém, não é reflexo apenas de gestões ou do mal planejamento de trânsito. A culpa também é sua e minha. A culpa é do carrismo – afinal, ter um carro hoje é  uma questão de status. Existe uma discussão bastante ampla dentro da psicologia, antropologia e sociologia, sobre o individual sobrepor o coletivo. Então você percebe que tem uma cultura muito grande do automóvel. Se você tem um carro, você faz parte da sociedade, se você não tem, você está fora da cidadania, explica Cassiano Novo, diretor de educação no trânsito da Setran.

Para ele, o cidadão pode começar a participar mais do trânsito aderindo a ações como a Carona Solidária. Hoje você percebe no trânsito o automóvel com apenas uma pessoa dentro, e precisamos reverter isso do individual para o coletivo. Além disso, se planejar para evitar os horários de pico e procurar rotas evitando ruas com maior congestionamento é essencial.
São iniciativas importantes para que o cidadão curitibano se sinta também responsável pelo trânsito. Ouve-se muito ‘ah, eu estou num congestionamento’. Não, você não está, você faz parte do congestionamento. Então temos grandes desafios para priorizar os modais não motorizados, os ônibus e priorizar o coletivo, porque o tamanho da rua continua a mesma e o número de veículos e pessoas cresce, finaliza.