Para ser um falcoeiro, a pessoa deve dominar uma série de conhecimentos como biologia da ave de rapina, ecologia, técnicas de treinamentos, arte em couro, noções de tecnologia de alimentos, nutrição, zootecnia, design de aviários, entre outros. Os treinamentos, inclusive, devem ser diários, já que a ave precisa voar. Ela deve ainda fazer trabalho de musculação e condicionamento físico.
A gente faz até controle de peso. Tem de manter o animal como se ele fosse um atleta. Tem que ser bem musculado, com bom condicionamento físico, diz Renan. Muitas vezes, para acalmar o animal — que possui uma visão mais aguçada —, um capuz venda os olhos da ave. Além de toda a dedicação, para ser um falcoeiro é preciso ter disposição para gastar um bom dinheiro. Antes de comprar a ave, o ideal é conversar com alguém da área que já tenha experiência. É importante também buscar a literatura para se aprofundar no assunto. Depois, é a hora de comprar sua ave.

Atualmente existem quatro criadouros no Brasil, mas apenas três estão vendendo. O preço das aves podem variar de R$ 800 até R$ 6 mil. É também indispensável a aquisição de uma luva própria para a falcoaria, que tem duas camadas de couro. Para manter o animal, é preciso alimentá-lo com carne. Renan, por exemplo, alimenta suas aves com codorna, camundongo e coelho. O investimento mensal nos bichos, contando a alimentação e os cuidados veterinários, chega a R$ 1 mil. Além disso, há sempre o risco de a ave fugir.
Só não perde ave quem não voa. É um animal arredio que vai aos poucos ganhando confiança, ao ponto de comer na sua presença e na sua luva. Depois que ele estiver respondendo bem, você pode começar a voar com a ave. Primeiro em lugar fechados, onde o animal não tem como fugir. Depois, o objetivo é ele ter voo livre, finaliza Renan.