Se Marina Silva (PSB) chegar ao segundo turno da eleição presidencial, como apontam as pesquisas, ficará evidenciado novamente que ao contrário do que acreditam os políticos, partidos e marqueteiros, tempo maior na propaganda eleitoral não significa necessariamente maiores chances de vitória. Entre os três principais candidatos à sucessão, Marina é o que tem o menor espaço, dois minutos, contra quase doze de Dilma Rousseff (PT) e quatro de Aécio Neves (PSDB). Mesmo assim, até agora sua campanha é a mais efetiva e a que tem dado melhores resultados. Isso porque a mensagem que a candidata passa, incluindo aí sua história de vida, é muito mais convincente do que os adversários. As eleições de Curitiba em 2012 também mostraram isso. Gustavo Fruet (PDT) tinha metade do tempo do ex-prefeito Luciano Ducci (PSB). Ratinho Júnior (PSC) tinha menos ainda, não chegava a quatro minutos em cada bloco. Mesmo assim, Ducci ficou fora do segundo turno, disputado entre Ratinho e Fruet.

Vale tudo
Nas últimas eleições, os partidos tem muitas vezes mandado às favas os escrúpulos e se aliado a legendas com as quais não têm qualquer afinidade para garantir mais tempo no horário eleitoral. Ficou famosa a foto de Lula com Maluf no jardim da casa do último, nas eleições paulistanas de 2012.

Bolos e salgadinhos
A campanha vai chegando à reta final, e Roberto Requião (PMDB) apela para o tom apocalíptico. Em uma conversa franca e direta sobre a crise nos presídios, disse que o PCC comemorou aniversário em uma penitenciária do Estado com bolos e salgadinhos.

Memória
Requião também afirmou que os agentes penitenciários estão ameaçando fazer greve por falta de condições de trabalho. Só esqueceu que em seu último governo, eles efetivamente entraram em greve por melhores salários. A resposta do então governador na época: O salário é excepcional. Isso é safadeza política. Questionado sobre qual o tratamento daria à categoria caso ela insistisse na greve, o peemedebista disse na ocasião: é pau, polícia e cacete, entre outros imprompérios. A cena está eternizada no Youtube (http://goo.gl/KVvj0R)

Desgaste
Requião parece cada vez mais nervoso e irritadiço agora não só no contato com a imprensa, mas até no horário eleitoral. Sintoma de problemas na campanha.

Modernidade
O programa de Beto Richa diz que governador moderno não pode ser apenas um bom gerente da área pública, mas tem que ser um grande embaixador, representante da modernidade.

Mea culpa
Dilma Rousseff diz que durante muito tempo o governo mais atrapalhou do que ajudou os pequenos e microempresários.

Verdade
Levi Fidelix (PRTB) repete há semanas trecho do debate na Bandeirantes onde ele diz que todo povo ora, ninguém aguenta mais. Tem toda a razão.

Relógio
Eymael – o democrata cristão – diz que tem só 45 segundos de verdade contra 11 minutos de fantasia. Imagine se ele tivesse mais tempo.

Estou aqui
Aécio Neves comemorou como nunca os quatro pontos que ganhou no último Ibope. Destacou que a diferença dele para Dilma caiu pela metade. Para quem era dado como morto, qualquer subida tá valendo ouro.

Gavetas
A petista usou no início da semana pela primeira vez no horário eleitoral, uma das peças da campanha fantasmas do passado, que já havia sido veiculada pelo PT em maio, e gerou polêmica ao tentar assustar os eleitores com ums suposto risco de perda de conquistas sociais caso a oposição vença a eleição. A propaganda resgatada pela campanha petista, intitulada Com gavetas, afirma que nunca se combateu tanto a corrupção no Brasil.

Ferrugem
A propaganda mostra imagens de gavetas de arquivos de metal, nas quais, segundo a peça publicitária, ficavam as denúncias de corrupção no passado. Mas não cita nomes nem partidos. Ficou com cara de mensagem cifrada que pouco acrescenta ao debate.

Matagal
Marina propôs na TV aumentar em 40% a área de florestas plantadas no país. Os adversários brincam que a ambientalista vai instituir o bolsa cipó.

Figurino
Na propaganda de rádio, Aécio disse que Marina é Dilma com outra roupa. O tucano tem razão, afinal o figurino de uma não daria certo na outra.