PEDRO SOARES
RIO DE JANEIRO, RJ – O IPCA-15 de setembro veio acima do esperado pelo mercado e marcou o fim do período de queda dos preços dos alimentos, que vinham em deflação nos últimos meses. Apesar da piora do cenário, porém, analistas ainda preveem um índice ao final do ano pouco abaixo do teto da meta de 6,5%.
O índice, prévia da inflação oficial do país, subiu 0,39% em setembro, mais do que em agosto (0,14%).
Para o índice acumulado em 12 meses, a expectativa do mercado apontava para 6,57%, mas o índice ficou acima: 6,62%.
“O destaque [de setembro] fica a cargo do fim do efeito deflacionário do grupo alimentação [de -0,32% para 0,28%], haja vista a elevação de carnes e alimentação fora do domicílio”, diz a consultoria Rosenberg e Associados.
Apesar da retomada dos preços dos alimentos e do fim da quedas da gasolina (de uma deflação de 0,25% em agosto para uma alta de 0,15% em setembro), a consultoria espera um IPCA fechado neste ano de 6,3%.
A fase de deflação e o fim do período de impacto da Copa sobre os preços dos serviços, afirma a Rosenberg, ajudou a manter a inflação dentro da meta, mesmo com o previsto reajuste da gasolina pós-eleição.
O IPCA-15 de setembro também superou a projeção da LCA, embora a consultoria tenha acertado ao prever o fim da deflação dos alimentos e as altas de transportes, vestuário e despesas pessoais.
A consultoria prevê também que o IPCA fique pouco abaixo da meta do governo.