SÃO PAULO, SP – O presidente da Uefa, o francês Michel Platini, disse nesta sexta-feira (19) que não vai devolver o relógio dado pela CBF, como solicitado na quinta (18) pela Fifa.
“O relógio é um presente e os presentes não se devolvem. O que farei é doar o valor dele a uma instituição de caridade”, disse Platini em entrevista coletiva após a divulgação das sedes da Eurocopa de 2020.
De acordo com um comunicado da Fifa emitido na quinta, a CBF distribuiu 65 relógios da marca Parmigiani, patrocinadora da entidade, durante a Copa do Mundo.
Entre os que receberam o presente estavam 28 dirigentes do comitê executivo da Fifa e um representante de cada uma das 32 seleções que participaram da Copa no Brasil. Membros da Conmebol também foram contemplados.
O Comitê de Ética da entidade determinou que os dirigentes que receberam o relógio da CBF têm até o dia 24 de outubro deste ano para devolverem o presente e, desse modo, se livrarem de uma punição.
Platini se mostrou “surpreso” ao saber que o relógio era tão caro e depois criticou o fato de a Fifa não ter conversado com os dirigentes antes de publicar a decisão em um comunicado à imprensa.
Segundo a entidade, a CBF alegou que cada relógio custou US$ 8.750 (pouco mais de R$ 20.500,00). Mas, segundo a investigação da Fifa, cada relógio tem um custo de mercado de R$ 62.500,00.
Por outro lado, o presidente da Associação Britânica de Futebol, Greg Dyke, disse que devolverá o relógio.
A Fifa afirmou que o código de ética não permite que dirigentes ofereçam ou recebam presentes que tenham mais que um “valor simbólico”.
Segundo a entidade, os relógios devolvidos serão doados a uma organização independente sem fins lucrativos ou organizações comprometidas com projetos de responsabilidade social no Brasil.