PAULO PEIXOTO
BELO HORIZONTE, MG – A campanha de Pimenta da Veiga (PSDB), candidato ao governo de Minas, intensificou os ataques nesta sexta-feira (19) contra o candidato do PT, Fernando Pimentel.
Com 20 pontos de distância para o PT nas pesquisas, segundo o Ibope, o PSDB usou o programa eleitoral para comparar os candidatos e citar processos a que Pimentel responde na Justiça.
O petista, por sua vez, abre a propaganda na TV desde segunda-feira (15) dizendo que o adversário se vale de “baixarias”.
No programa tucano desta sexta, um ator com um laptop simula procuras sobre os candidatos no portal Transparência Brasil. Diz não ter encontrado processos contra Pimenta, mas que Pimentel é “processado por fraude de licitação pública, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro na denúncia criminal do programa Olho Vivo”.
Esse processo se refere a supostas irregularidades em um programa de câmeras de vigilância criado quando Pimentel era prefeito de Belo Horizonte (2004 a 2008).
Os tucanos citam também um processo em que o petista é acusado de superfaturamento em contratos para construção de casas e outro por improbidade administrativa por supostamente ter deixado de cobrar dívida municipal quando prefeito.
O programa omite que Pimenta foi indiciado recentemente pela Polícia Federal por ter recebido R$ 300 mil do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, preso por causa do mensalão do PT. Ainda não há processo, mas investigação em curso.
Essa descoberta veio à tona por causa do escândalo do mensalão. Pimenta só declarou o valor à Receita Federal em retificação do Imposto de Renda.
O tucano nega haver irregularidade e diz que prestou serviços advocatícios para Valério. A retificação, segundo ele, foi feita porque sua empresa de advocacia não estava ainda constituída à época.
O programa do PSDB também continuou a associar Pimentel a problemas econômicos do país e à fuga de investimentos de empresas em Minas, como no caso de uma fábrica da Fiat que chegou a ser anunciada no Estado mas foi para Pernambuco.
Pimentel foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no governo Dilma Rousseff.
‘MENTIRAS’
O petista sempre negou as acusações que enfrenta na Justiça. E continua a apresentar as justificativas na campanha.
“O programa eleitoral não deve ser usado para baixarias, ofensas, mentiras. Eu reafirmo aqui o meu compromisso de fazer uma campanha focada em propostas, sem baixar o nível, comparando projetos, história e trajetória de cada um. Uma campanha que respeite os mineiros, sem mentiras, sem manipulação”, disse na propaganda de TV.
Os ataques do PSDB são crescentes porque a diferença que Pimentel tem sobre Pimenta (43% a 23%) lhe daria a vitória no primeiro turno. Com isso, tomaria o poder político e administrativo no Estado após quase 12 anos de gestões do PSDB ou de aliados do partido em Minas.