O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), João Rezende, disse nesta sexta-feira (19) que a operação de compra da GVT pela Telefônica ainda não foi protocolada na reguladora, mas que, quando for, terá de aguardar o rito normal de apreciação das áreas competentes e que não será dada qualquer tipo de prioridade. “Não temos um prazo definido para fazer essa análise”, disse Rezende.

O executivo destacou que a Superintendência de Competição da Anatel terá de verificar as condições da negociação, trocas de ações envolvidas e todos os demais detalhes que podem definir possíveis impactos da operação no setor. Segundo a reportagem apurou, em uma avaliação preliminar, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), não deve impor muitas restrições ao acordo. A visão é de que, como a GVT não atua em telefonia móvel e a Telefônica compete em banda larga e telefonia fixa apenas em São Paulo, os eventuais problemas concorrenciais serão pequenos.

Oficialmente, o Cade informou que não irá se pronunciar antes de receber a notificação da tele. Com a operação, a francesa Vivendi, que antes atuava apenas por meio da GVT no mercado brasileiro, terá participação indireta também na Vivo e na Tim, já que ela assumirá fatia na Telefônica e na Telecom Itália, controladora das operadoras, como pagamento pela venda da subsidiária brasileira. O novo arranjo pode ajudar a Telefónica, contudo, a resolver sua pendência com o órgão. No ano passado, o Cade determinou que o grupo espanhol se desfizesse de sua participação na Telecom Itália, que controla a Tim no Brasil, ou encontrasse um sócio para a Vivo.