Nos Estados Unidos, a ideia dos food trucks está muito atrelada à liberdade do veículo, que pode encostar e parar em qualquer lugar que seja viável, como explica Marco Salgado. Nos EUA, o food truck pode parar onde achar que seja viável para ele. Então ele simplesmente vai para o centro de Nova Iorque, em plena Manhattan, estaciona e atendo o público num curto espaço de tempo.

No Brasil, porém, o modelo de negócio é mais engessado. Em São Paulo, onde os trucks já viraram febre, existem ruas pré-determinadas pela lei onde esses comércios ambulantes podem parar. Em Curitiba, ao que tudo indica, a situação deve se repetir.
Ao que parece, em Curitiba vão limitar a liberdade de circulação dos trucks, infelizmente. O certo para a gente trabalhar bem seria ter essa abertura, essa maleabilidade para você ir até o público seja onde for, diz Marco Salgado, dono do Nebraska Burguers . Entendemos que tem de existir uma ética com os restaurantes que já existem, até porque eles pagam aluguéis caríssimos, IPTU. Ninguém vai ser antiético de parar na frente de um restaurante. Mas limitar os lugares acaba engessando, aponta.

Por conta desse engessamento, em São Paulo começaram a surgir os food parks, que são praças de alimentação de veículos restaurantes. Esses locais, porém, cobram diária para os trucks que quiserem estacionar, o que, consequentemente, faz subir o preço dos alimentos.
Esperamos que a lei em Curitiba seja um pouco mais maleável. Acredito que a demora da lei em Curitiba seja exatamente por isso, estão pensando em um modelo melhorado em relação ao de São Paulo, pondera o proprietário do Nebraska Burguers.

O projeto que regulamenta os food trucks está em discussão na Câmara Municipal de Curitiba. Apresentado no início do ano pelo vereador Helio Wirbiski, já passou pela Comissão de Saúde, e aguarda votação no plenário. Com a legislação atual, eles só podem ficar nas feiras livres e locais privados.