MÁRCIO FALCÃO
SÃO PAULO, SP – De olho no eleitorado que declara voto na reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB), a campanha de Alexandre Padilha (PT) ao Palácio dos Bandeirantes usará a reta final da campanha para tentar vincular os votos da esfera federal à estadual.
A ideia é mostrar ao eleitor que Dilma e Padilha são herdeiros do projeto do governo Lula, participaram das grandes transformações do país, além de reforçar que a dobradinha petista vai ampliar os investimentos no Estado.
A estratégia começou a ganhar corpo na propaganda eleitoral exibida no início da tarde desta segunda-feira (22). A 15 dias das eleições, Dilma fez sua estreia no comercial do correligionário com um depoimento.
Ela exalta a sintonia entre os dois projetos. “Fizemos muito por São Paulo, mas queremos fazer mais e melhor. A forma mais segura e rápida é termos um governador afinado com as nossas propostas, em um próximo governo”, disse a presidente na propaganda. Quero dar uma grande prioridade ao ensino básico e profissionalizante. Padilha pensa igual. São Paulo pode ganhar muito mais com uma parceria minha com Padilha. Pense nisso”, completou.
A presença de Dilma na propaganda foi deixada para a reta final devido o alto índice de rejeição que a petista apresentava no Estado na largada. Com a recuperação nas últimas semanas e as dificuldades do candidato em crescer entre o tradicional eleitorado petista, a associação com Dilma começou a ganhar força.
Segundo o último Datafolha, 40% dos eleitores de Dilma votam em Alckmin. Outro complicador é que parte do eleitorado ainda tem voto em Paulo Skaf (PMDB), aliado da petista no campo federal.
O PT paulista passou as últimas semanas tentando decifrar a preferência desse grupo de pessoas com pesquisas qualitativas. Para promover a transferência dos votos, o PT usará principalmente o horário eleitoral. Tentará mostrar que Alckmin e Dilma fazem parte de projetos opostos e que o tucano não aproveita as parcerias com a petista.
Terceiro colocado nas pesquisas, Padilha vai ampliar ataques ao governador e manter as críticas a Skaf. Segundo interlocutores, o objetivo é bater na tecla de que o tucano governa para poucos e chega ao final de seu mandato sem grandes marcas e com crises em áreas sensíveis como na segurança pública, educação e segurança hídrica.
SENADO
A elevada de tom também estará presente na campanha do senador Eduardo Suplicy (PT), candidato à reeleição. Questionado por aliados por estar há 24 anos no Senado e buscando mais um mandato de oito anos, o petista vai colocar em suspeição os adversários sem citar nomes.
No filme, a locutora fala sobre o histórico “do bem” de Suplicy e afirma que ele nunca esteve envolvido com irregularidades com o dinheiro público. O comercial termina com a locutora lançando uma pergunta: e” os outros?”
Na disputa ao Senado, Suplicy tem 31% das intenções de voto e aparece empatado tecnicamente com o tucano José Serra, que lidera com 34%. O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) aparece em terceiro com 9%.