SÃO PAULO, SP – Tropas da Ucrânia e rebeldes pró-Rússia começaram a retirar nesta segunda-feira (22) a artilharia pesada no leste do país, segundo informaram autoridades ucranianas.
A medida, decidida em acordo entre as partes na sexta-feira (19), é um passo significativo para a implementação de um cessar-fogo efetivo na região.
O coronel Andriy Lysenko, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, disse que as forças de Kiev já tinham começado a se retirar de posições da linha de frente.
Segundo o coronel, rebeldes também já tinham começado a retirar sua artilharia pesada da região, “embora não de forma tão expressiva quanto esperávamos”, disse.
“Estamos vendo uma tendência dos rebeldes de reduzir o uso de armamento pesado”, disse Lysenko a jornalistas em Kiev, a capital ucraniana.
Segundo o coronel, nem Kiev nem os rebeldes haviam concluído as retiradas de armas pesadas, mas ele disse esperar que os rebeldes sigam o exemplo dos militares ucranianos.
Um cessar-fogo determinado em 5 de setembro foi violado desde o início, acrescentando mais mortes de civis às cerca de 3.000 vítimas que já morreram desde o início do conflito, em abril.
Nesta segunda-feira, explosões foram ouvidas no norte da cidade de Donetsk, controlada pelos rebeldes e onde os combates nas últimas semanas, centrados em um aeroporto em poder do governo, deixou moradores de muitas áreas residenciais em meio ao fogo cruzado.
Lysenko disse que dois soldados ucranianos foram mortos no domingo (21).
O acordo para promover o processo de paz, assinado na semana passada pela Ucrânia, pela Rússia e pelos rebeldes apoiados por Moscou, prevê a retirada da artilharia pesada e a criação de uma zona tampão de 30 km entre os dois lados.
Apoiado pela Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), o tratado também proíbe voos de aviões de combate sobre a área em conflito e a criação de novos campos minados.
O futuro estatuto das regiões rebeldes, a questão mais controversa do confronto, ainda não foi abordada pelos negociadores.
Em uma entrevista à TV na noite de domingo, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, pediu tempo à população para implementar um acordo de paz.
“É impossível resolver a disputa em Lugansk e Donetsk apenas por meios militares. Quanto mais militares enviarmos à região, mais a Rússia também enviará os seus”, disse Poroshenko.
Segundo o presidente, 65% do equipamento militar implantado por Kiev no leste do país foi destruído”.
Em viagem aos EUA na semana passada, Poroshenko pediu armas letais para o Exército seu país.
Os EUA deram US$ 46 milhões em ajuda para segurança, mas excluíram armas letais do negócio.
Nesta segunda, o ministro da Defesa da Polônia, Tomasz Siemoniak, confirmou que seu país está pronto para vender armas para a Ucrânia.
“Desde julho não há embargo para a venda de armas para a Ucrânia”, disse Siemoniak em uma entrevista à rádio Zet, acrescentando que a Polônia e muitos outros países estão preparados para oferecer seus produtos à Ucrânia.