SÃO PAULO, SP – Após o encerramento da maior greve de professores e funcionários da história da USP, as aulas do ano letivo de 2014 em alguns cursos da universidade devem durar até fevereiro do ano que vem.
Cada uma das unidades deverá organizar seu próprio calendário de reposição de aulas, de acordo com o modo como seu ano letivo foi prejudicado pela greve que durou 116 dias. Há instituições da USP, por exemplo, que não chegaram a ter aulas canceladas.
Na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) uma das unidades mais atingidas pela greve, ainda não há um calendário determinado. Os departamentos da faculdade, no entanto, planejam que as aulas de 2014 terminem apenas em fevereiro de 2015.
O mesmo ocorre na Faculdade de Educação, onde nem mesmo o primeiro semestre foi concluído. Thais Ugeda, 25, estudante do primeiro ano de pedagogia é uma das que terá que repor as aulas até o ano que vem. “O que nos falaram é que teremos apenas uma semana de folga no final do ano”, disse.
A greve afetou as aulas mesmo em cursos que não pararam completamente. Segundo o professor de Comunicação Digital da ECA (Escola de Comunicações e Artes), Luli Radfahrer, o ensino neste semestre deverá ter sua qualidade de ensino comprometida. “Eu preciso de semanas de aulas contínuas para que o aluno comece a entender certos conceitos e isso invariavelmente é quebrado por uma greve”.
MOVIMENTAÇÃO NO CAMPUS
Durante a segunda-feira, alunos da universidade buscaram alguns dos serviços que estiveram suspensos durante a greve como a recarga de créditos para os bandejões. Por isso, houve filas próximo à hora do almoço. O restaurante central do campus permanece fechado.
Outro serviço buscado foi a retirada do Bilhete Único estudantil. Um dos primeiros a chegar no local foi o estudante de filosofia Alessandro Prado, 26. Ele que disse apoiar a greve, chegou a ficar quatro meses sem o benefício de meia tarifa oferecido a estudantes. “Pagar todo dia a passagem mais cara faz muita diferença no final do mês”, disse.
FIM DA GREVE
Na última semana, funcionários e docentes decidiram terminar a greve que durava desde maio na universidade. Os grevistas aceitaram o reajuste salarial de 5,2%, dividido em duas parcelas, além de abono de 28,6%. O valor do abono é referente ao reajuste desde maio, data-base da categoria. No início da greve, a USP informava que por conta da crise financeira não teria condições de dar qualquer tipo de aumento para professores e funcionários. A universidade depois aceitou dar o aumento de 5,2%, mas levou alguns dias para aceitar pagar o abono, que era uma das propostas do TRT que foi apoiada pelos grevistas. Os 5,2% corrigem a inflação no período.