AGUIRRE TALENTO BRASÍLIA, DF – O presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que vai nesta terça-feira (23) ao STF (Supremo Tribunal Federal) conversar sobre o pedido de acesso às informações da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele falou à Justiça Federal do Paraná sobre corrupção na estatal. Apesar de o juiz federal Sergio Moro, da Justiça do Paraná, ter negado nesta segunda (22) o acesso da CPI à parte da delação que corre naquela instância, que não cita políticos com foro privilegiado, o STF ainda não decidiu sobre dar acesso à CPI aos depoimentos que citam políticos com mandato. Por isso, Vital do Rêgo deve se reunir com o ministro Teori Zavascki, que cuida da delação no âmbito do STF, e também com o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, para reforçar o pedido. A PGR (Procuradoria-Geral da República) também deve participar da reunião. “Entendemos que o STF é a instância competente para nos repassar as informações, mas também determinei à minha consultoria jurídica que estude formas de recorrer contra a decisão do Paraná”, disse à Folha o senador. A agenda com o STF já estava prevista desde a semana passada, antes da decisão do juiz Sergio Moro. A razão da negativa da Justiça do Paraná é o fato de a delação ser protegida por sigilo, que seria anulada caso seu teor fosse conhecido antes da conclusão do julgamento. O juiz liberou, no entanto, o depoimento da contadora Meire Pozzo, que trabalhou para o doleiro Alberto Youssef, para a CPI da Petrobras. A contadora relatou que Youssef recebeu de empreiteiras por serviços de consultoria que não prestou. A DELAÇÃO Costa decidiu contar o que sabe sobre subornos na Petrobras no dia 29 de agosto em troca de uma pena menor. Ele citou, segundo a revista “Veja”, o nome de 12 parlamentares que recebiam propina do esquema, entre os quais o do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-SP), e do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Todos negam com veemência que tivessem recebido recursos do doleiro. Na última sexta-feira (19), a presidente Dilma Rousseff (PT) disse que pedirá ao STF o acesso a dados da delação pois não confia na informação, vinda da imprensa, de que ao menos um ministro de Estado foi citado na lista de políticos envolvidos com esquema de corrupção na estatal. A declaração ocorreu no mesmo dia em que Paulo Roberto ficou calado diante de parlamentares que integram a CPI.