BRUNA FANTTI
RIO DE JANEIRO, RJ – A DHNSG (Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, na região metropolitana do Rio) investiga a morte da grávida Elisângela Barbosa, 32, que não teria resistido a um aborto após procurar por uma clínica clandestina, no último sábado (20).
A mulher, que estava grávida de cinco meses, foi localizada pela família após ser socorrida no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, no domingo (21).
Elisângela estava com marcas de sangue na região genital e foi deixada na unidade de saúde por um homem que, em depoimento, disse que foi abordado por supostos traficantes enquanto dirigia seu carro em uma estrada rodeada de favelas, em Niterói.
Ameaçado, ele disse que foi obrigado a socorrer a gestante, que já estava agonizando e morreu no hospital, logo após ter sido internada.
O pintor industrial Anderson Santos da Silva, 27, marido de Elisângela, disse em depoimento que ele levou a mulher até o ponto de encontro onde ela foi encaminhada para a clínica, sozinha. O aborto teria sido acertado por cerca de R$ 3.000.
Mãe de três crianças, Elisângela não queria ter outro filho pois gostaria de voltar a trabalhar.
De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, um laudo do IML (Instituto Médico-Legal) irá apontar as causas da morte e deverá ficar pronto ainda nesta semana.
OUTRO CASO
O caso de Elisângela é similar ao de Jandira Magdalena dos Santos Cruz, 27, que ainda está desaparecida.
Jandira sumiu após procurar uma clínica de aborto em Campo Grande, na zona oeste do Rio, no último dia 29 de agosto.
Em depoimento, Vanuza Vais Baldacine, que confessou ter levado a gestante até a clínica de aborto, disse que Jandira morreu na mesa de cirurgia, mas negou saber o paradeiro do corpo.
Na última quarta-feira (17), a Justiça do Rio negou o pedido de habeas corpus para Mônica Gomes Teixeira e Marcelo Eduardo Medeiros, acusados de participação no seu desaparecimento. A decisão foi tomada pelo desembargador Luiz Zveiter, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.