A vitamina D está em alta. Ela está envolvida em muitos processos importantes para a manutenção da saúde em todas as idades. E, a cada dia, novas funções são descobertas. É essencial para a saúde óssea e muscular, fortalece o sistema imune, contribui para a manutenção do metabolismo da glicose e atua na prevenção de doenças, até mesmo o câncer. Embora ela seja importante, o diagnóstico da deficiência da vitamina D está muito mais frequente em toda a população mundial, e acomete especialmente os idosos, que produzem menos vitamina D ativa quando expostos ao sol.

Segundo uma pesquisa sobre a dosagem de vitamina D na terceira idade realizada pelo Laboratório Frischmann Aisengart, mais da metade dessa população analisada tem falta de vitamina D. Como os exames são realizados a partir de uma solicitação médica, certamente havia uma suspeita clínica desta deficiência, o que pode maximizar este achado.

A análise usou como amostra 2.735 exames de pacientes com idade acima de 60 anos. Os exames foram realizados no inverno de 2012. A amostra incluiu 2.156 (78%) mulheres e 579 (21,1%) homens. Como resultado principal, a pesquisa detectou que 53,6% das mulheres e 53,4% dos homens têm níveis baixos de vitamina D.

No público feminino pesquisado, 24% apresentaram deficiência, 30,3% insuficiência, 44,8% suficiência e 0,6% hipervitaminose. Já no público masculino, 21,4% apresentaram deficiência, 32% insuficiência, 46,3% suficiência e 0,3% hipervitaminose. Vale ressaltar que, como o número de homens que realizaram a dosagem de vitamina D é muito inferior ao das mulheres, este problema pode ser ainda mais frequente entre este público e estar sendo subdiagnosticado, alerta a responsável pela pesquisa Myrna Campagnoli, endocrinologista do Laboratório Frischmann Aisengart.

Importância da vitamina D para o organismo

De acordo com a Dra. Myrna, a vitamina D exerce um papel muito importante no organismo. Além de regular o metabolismo do cálcio e estimular o sistema imune, a vitamina tem ação anticancerígena, ajuda a normalizar os hormônios da tireoide, interfere na fertilidade e aumenta a força muscular. Além disso, a vitamina D tem influência na tolerância à glicose. Existem muitos estudos em andamento a respeito da utilização de vitamina D no tratamento de doenças autoimunes e degenerativas.

A especialista explica que a vitamina D age por meio das ações no intestino, rim, osso e glândulas paratireoides. A substância é formada na pele pela ação dos raios solares ou obtida através da dieta e de suplementos vitamínicos. São poucos os alimentos que contêm vitamina D. Dentre eles a maior concentração é no óleo de fígado de bacalhau e, em quantidades menores, pode ser encontrada nos peixes oleosos (salmão, atum, sardinha), cogumelos, gema de ovo, sucos e cereais enriquecidos artificialmente.

A deficiência de vitamina D tem sido relacionada ao aumento da incidência de quedas, à diminuição da força muscular e à deterioração do equilíbrio. As pesquisas têm indicado que a suplementação associada de cálcio e vitamina D em idosos deficientes contribui para melhorar aspectos da função neuromuscular e reduzir as quedas, revela.

A endocrinologista também lembra que a deficiência de vitamina D é um dos principais determinantes da osteoporose senil. Estudos também têm demonstrado uma relação entre o diabetes e a falta de vitamina D complementa.

A orientação da Dra. Myrna é incluir de 5 a 30 minutos de banho de sol na rotina diária, ou no mínimo 3 vezes na semana, prioritariamente até as 10h da manhã e depois das 16h, sem protetor solar nos braços e pernas neste momento. As radiações solares em excesso podem provocar desde manchas até o câncer de pele. Caso haja falta de vitamina D, é necessário, além de banhos de sol, um tratamento com reposição da vitamina por meio de remédios, dieta e atividades físicas, finaliza.