REPORTAGEM ESPECIAL COM O GOVERNADOR BETO RICHA
Foto: Franklin de Freitas

O governador e candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB), garante que as dificuldades financeiras enfrentadas por sua administração no primeiro mandato estão próximas de serem superadas, e até o final do ano ele espera quitar a dívida de R$ 1,1 bilhão com fornecedores, acumulada no final de 2013, e hoje já reduzida a R$ 300 milhões. Com isso, segundo Richa, e com a colheita dos frutos dos investimentos e projetos plantados nos primeiros quatro anos, um eventual segundo mandato – que ele espera conquistar nas urnas de outubro – será muito melhor.

O tucano admite, porém, que o provável ajuste fiscal que o governo federal terá que fazer em suas contas, em 2015, fatalmente afetará o Estado, o que pode implicar em adiamento de investimentos e novos cortes de gastos. Em entrevista ao Bem Paraná, Richa fala sobre esse e outros temas que foram destaque na disputa eleitoral até aqui, como a suposta discriminação federal contra o Estado, o pedágio, as rebeliões nos presídios, e o auxílio-moradia dos juízes paranaenses.

Bem Paraná – A economia do Paraná cresceu bem acima da média nacional nos últimos anos. Porque mesmo assim o governo enfrentou tantas dificuldades financeiras?
Beto Richa – Porque nós herdamos uma grande dívida do governo anterior. R$ 4,5 bilhões. Isso se for contar também os precatórios que nós pagamos também nesse período soma R$ 5,5 bilhões. De Pasep não pagaram R$ 1 bilhão, oito anos sem recolher. R$ 450 milhões é uma dívida com a Caixa Econômica Federal. R$ 100 milhões de água, luz, telefone, contas que não foram pagas. Dois anos de promoções e progressões de professores que não foram honrados, R$ 70 milhões. E por aí afora. Depois, um forte bloqueio de recursos federais ao Estado. Isso aí é notório. Tivemos que recorrer ao Supremo Tribunal Federal para ter a liberação de um empréstimo de R$ 800 milhões. Até não é muito. Santa Catarina negociou R$ 12 bi com o governo federal. Encheram de dinheiro no Rio Grande do Sul. Então foi um boicote mesmo, uma discriminação política sem precedentes. Mas isso é o que nos trouxe dificuldades. Além disso, nós investimos na melhoria dos serviços à população, com a contratação de mais servidores. Eu assumi o Estado com um número insuficiente de professores em sala de aula. 30 mil professores estamos contratando. 60% de aumento salarial. (Assumi com) o menor efetivo de policiais militares per capta do Brasil. Dez mil policiais contratados. Então essa foi a dificuldade. Mas olha, está no site do Folha Uol. Dívidas dos estados brasileiros. Muitos aumentaram a dívida. O Paraná é dos que mais reduziu. De 89% de comprometimento da dívida em relação à receita, caiu para 55%. Isso representou R$ 4,1 bilhão de dívida consolidada que nós reduzimos, amortizamos nesse nosso período.

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