SÃO PAULO, SP – O Ministério Público encaminhou à Justiça, nesta terça-feira (23), uma denúncia (acusação formal) contra quatro pessoas suspeitas de envolvimento em um chacina que matou sete pessoas e feriu outras quatro, em julho, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Dois dos denunciados são policiais militares.
Segundo a denúncia, os acusados teriam atirado contra 11 pessoas, em três diferentes bairros, como uma forma de vingar roubos cometidos contra comércios locais e a morte do PM Adailton da Silva Souza, ocorrida uma semana antes. A Justiça agora deverá decidir se aceita ou não a denúncia contra os policiais.
Um dos PMs foi preso no mesmo dia do crime após receber atendimento médico devido à um tiro na perna. Na ocasião, ele disse ter sido atingido durante uma tentativa de assalto, mas a mulher que ele afirmava estar com ele na ocasião confessou a farsa.
De acordo com o Ministério Público, um dos PMs oferecia ao comércio serviço de segurança particular, que era feito por policiais e civis. O grupo, porém, passou a “exercer verdadeira atividade de organização paramilitar, milícia particular, grupo e esquadrão, dispostos a praticar crimes em nome da segurança, especialmente crimes de homicídio”, aponta de denúncia.
ATAQUES
Ao todo, foram registrados quatro ataques na noite dos crimes. O primeiro, na rua Comendador Dante Carraro, deixou cinco mortos e dois feridos; o segundo, na rua Jaci, a 500 metros do primeiro, teve um morto; o terceiro, na rua Diógenes Ribeiro de Lima, teve um morto e um ferido; e, o quarto, na rua Rio Branco, teve um ferido.
Em todos os casos, os disparos foram feitos por homens em um carro e duas motos. Entre as vítimas está uma mulher grávida de três meses. Ela estava em um dos bares atacados. Segundo a polícia, ela foi atingida por um tiro de espingarda na cabeça, e não tinha passagem pela polícia.