SÃO PAULO, SP – O governo catalão anunciou nesta terça-feira (30) que vai interromper sua campanha pelo plebiscito separatista para respeitar a legalidade, depois que o Tribunal Constitucional da Espanha determinou a suspensão da consulta na segunda-feira (29).
“Ontem não acabou nada, há uma situação evidentemente processual que não vamos ignorar, mas a determinação do governo é continuar”, afirmou o porta-voz do executivo regional, Francesc Homs, completando que por ora fica suspensa a “campanha institucional”.
Na segunda, o Tribunal Constitucional espanhol suspendeu o plebiscito sobre a independência da Catalunha, convocado para 9 de novembro pelo presidente regional Artur Mas.
A decisão foi tomada depois que o governo espanhol apresentou um recurso contra o plebiscito no Tribunal Constitucional.
O chefe do governo, Mariano Rajoy, criticou duramente o processo separatista iniciado na Catalunha, considerando-o inconstitucional.
“Nada, nem ninguém, nem poder algum, nem instituição alguma pode desrespeitar o princípio da soberania única, indivisível, que é a base de nossa vida comum”, disse.
PARLAMENTO
O Parlamento regional catalão também rejeitou nesta terça a suspensão do plebiscito pelo Tribunal Constitucional espanhol.
Em setembro, o Parlamento catalão aprovou uma norma regional com a qual esperava dar amparo legal ao plebiscito.
O texto autoriza o governo catalão a organizar consultas populares não vinculantes dentro de seu “âmbito de competência”.
“É uma lei geral, não é uma lei ‘ad hoc’, não é a lei de consulta (sobre a independência) como afirma o Estado espanhol”, disse Gispert, integrante do partido CiU, do presidente catalão Artur Mas.