SÃO PAULO, SP – Usando uma nova técnica de análise, o cientista francês Pascal Cotte descobriu que a obra “A Dama com Arminho”, de Leonardo da Vinci, teve três diferentes versões. Historiadores acreditavam que a pintura de 1489 ou 1490, que representa a milanesa Cecilia Callerani, sempre tivesse incluído um arminho, animal carnívoro da família das doninhas. O duque de Milão, amante da jovem e principal patrono do artista na cidade, era conhecido como “o arminho branco”. Após três anos utilizando um novo método de análise de imagens chamado “Layer Amplification Method” (“Método de Amplificação de Camadas”), Cotte descobriu que da Vinci tinha, a princípio, feito apenas um retrato da jovem. Nas duas versões subsequentes, o pintor adicionou o animal e fez mudanças no vestido e na posição das mãos de Callerani. “A técnica LAM nos permite descascar a pintura como uma cebola, removendo a superfície para ver o que está acontecendo dentro e atrás das diferentes camadas de tinta,” afirmou Cotte à BBC. Para isso, projetam-se luzes fortes na pintura enquanto uma câmera mede os reflexos. A partir dessas medidas é possível reconstituir o que estava pintado sob a última camada de tinta. A pintura é normalmente exibido no Museu Nacional de Cracóvia, na Polônia.