LÍGIA MESQUITA SÃO PAULO, SP – Aos gritos de “Eu beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser” e “Ei, Levy, dar o c… é bom!”, cerca de 300 pessoas fecharam uma das pistas da avenida Paulista (região central de São Paulo) na noite desta terça-feira (30) para protestar contra as declarações de cunho homofóbico de Levy Fidelix (PRTB). Segurando cartazes com dizeres como “Mais Amor, Menos Aerotrem”, “Homofobia não é liberdade de expressão” e “Órgão Excretor é a sua boca, Levy”, os manifestantes caminharam do Masp até a rua da Consolação pedindo que a homofobia seja considerada crime no Brasil e que o presidenciável do PRTB tenha sua candidatura impugnada. A manifestação chamada de “Beijaço” na convocação do Facebook acabou tendo mais discursos e gritos de guerra do que beijos em si. A drag queen Tchaka era a mais beijoqueira. “Hoje a comunidade LGBT para a avenida Paulista pra mostrar que um candidato não pode incitar o ódio na TV e ninguém fazer nada. Ele não pode fazer minha mãe chorar, minha filha chorar”, diz ela à reportagem. A estudante Maria Eduarda, 15, ainda não vota, mas achou que “era meu dever como ser humano” protestar contra a homofobia. “A população não vai diminuir por causa dos gays como o Fidelix falou. As pessoas têm que ter o poder sobre seu corpo”, dizia ela enquanto terminava de pintar o cartaz “A b… é minha e eu dou pra quem quiser”.