SAMANTHA LIMA E PEDRO SOARES
RIO DE JANEIRO, RJ – Um racha no movimento sindical dos petroleiros sobre a proposta de reajuste da Petrobras resultou na noite desta terça-feira (30) na invasão de sede da estatal, no Rio, por de cerca de 80 aposentados e pensionistas da companhia.
Eles invadiram o saguão do prédio e tentaram pular catracas e invadir a área elevadores para chegar ao andar da diretoria da estatal. Eles foram impedidos por seguranças da empresa, que também não permitiram a entrada de colchonetes no edifício. A intenção dos manifestantes é dormir no local até serem atendidos pela presidente da estatal, Graça Foster.
A divisão no movimento sindical ocorre porque a maioria dos funcionários da ativa e inativa da Petrobras são ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), que já aprovou o acordo salarial deste ano proposto pela Petrobras (9,71% de reajuste). Os aposentados não têm direito a esse percentual e seu salário é corrigido apenas pela inflação do período (6,51%).
Já os sindicatos ligados à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), que conta com menos filiados, ainda quer negociar um aumento superior ao oferecido pela estatal (9,71%) para os trabalhadores atuais da empresa. Dirigentes da entidade dizem que a FUP fechou o acordo com a Petrobras para não prejudicar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). A FUP, ligada à CUT e ao PT, conta com 13 sindicatos.
Já a FNP, cujo principal sindicato é o dos petroleiros do Rio de Janeiro, se alinha ao PSTU. A federação tem cinco sindicatos.
Segundo a FNP, o objetivo do encontro com a presidente da estatal é obter o compromisso de Foster de pressionar a Petros (fundo de pensão da estatal e responsável pelo pagamentos de aposentados e pensionistas) a voltar a conceder o mesmo reajuste dos funcionários da ativa -inclusive retroativo aos anos em que os benefícios foi desvinculado.
Em nota, a Petrobras disse que “apresentou sua última proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho 2014 no dia 24” e que ela “está sendo aprovada nas unidades da companhia.”
Sobre a manifestação, a estatal afirmou que a área de Recursos Humanos da companhia, responsável pelas negociações trabalhistas, “já se colocou à disposição para recebê-los.”