BRUNA FANTTI
RIO DE JANEIRO, RJ – A Polícia Civil identificou, nesta terça-feira (30), quatro supostos traficantes como sendo os autores da tortura que teria acarretado a morte de Rayssa Christine Machado de Carvalho Sarpi, 18, na última sexta-feira (26).
De acordo com o delegado Marcus Neves, titular da 40ª DP (Honório Gurgel), responsável pela investigação do caso, os nomes serão divulgados somente se a Justiça aceitar o pedido de prisão.
A adolescente morreu seis dias após ter sido espancada por pelo menos quatro pessoas na favela Faz Quem Quer, do Complexo da Congonha, na zona norte do Rio, na madrugada de sábado (20).
A sessão de tortura foi filmada e divulgada na internet. No vídeo, Rayssa aparece seminua, levando socos e tapas, além de ter os cabelos compridos raspados com uma lâmina. Um dos agressores a ameaça com um facão, enquanto ela suplica para eles terminarem com a tortura.
No mesmo dia, a jovem foi encontrada por um parente, desacordada, em um dos acessos à favela. A jovem, então, foi socorrida por parentes e levada para o Hospital Estadual Salgado Filho, na zona norte, onde foi atendida e liberada em seguida.
No último dia 26, ela passou mal em casa e voltou ao mesmo hospital, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória, e morreu.
Neves disse que espera o laudo do exame cadavérico com a causa da morte para apurar uma possível omissão de socorro dos médicos.
ALTA APÓS TOMOGRAFIA
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde disse que, assim que deu entrada na unidade, a jovem passou por tomografia computadorizada, sutura e curativos, recebendo alta.
Seis dias depois, voltou à unidade já em parada cardiorrespiratória. Os médicos realizaram manobras de ressuscitação, sem sucesso.
De acordo com um amigo da família, que pediu para não ser identificado, a jovem teria dito que iria para uma festa na quadra da Portela, no bairro Oswaldo Cruz, mas teria ido a um baile funk na favela.
“Ela mentiu para a mãe, disse que iria a um local e foi para outro, perigoso. Após ter sido socorrida, ela não falou para a mãe o motivo das agressões pois estava muito debilitada, só chorava”, disse.