SÃO PAULO, SP – O governo de Hong Kong exigiu nesta quinta-feira (2) que os manifestantes que ocupam partes da cidade se dispersem de maneira pacífica o mais rápido possível. Segundo o governo, os protestos já provocaram um “impacto sério” na cidade.
“Cerca de 3.000 funcionários do governo vão tentar fazer o melhor que puderem amanhã para voltar a trabalhar. Para manter o serviço público, a sede do governo deve funcionar como de costume”, disse o governo em comunicado. “Instamos os líderes e organizadores do movimento Occupy Central a encerrarem a manifestação imediatamente.”
Na sexta (3), acaba o feriado nacional de comemoração pelos 65 anos do regime comunista na China.
As autoridades fizeram o apelo após confrontos entre os manifestantes e a polícia nesta quinta diante da sede do governo central. Mais de 3.000 pessoas se reuniram no início da manhã no Conselho Legislativo e na sede do governo, no centro de Hong Kong.
Na quarta (1°), líderes estudantis deram um ultimato ao chefe do Executivo do território, Leung Chun-ying, ameaçando promover uma escalada nas manifestações caso ele não renuncie ao cargo nesta quinta. Uma das ações prometidas pelos estudantes é a ocupação de prédios do governo.
Os manifestantes, na sua maioria estudantes, pedem uma democracia plena na ex-colônia britânica que passou para controle chinês em 1997.
O superintendente da polícia de Hong Kong, Steve Hui, também pediu que os manifestantes não bloqueiem ou ocupem edifícios públicos e disse que a polícia iria tomar medidas em conformidade com a lei, se eles fizeram isso.
MOBILIZAÇÃO
O movimento Occupy Central representa um dos maiores desafios políticos para Pequim desde que o governo chinês reprimiu violentamente os protestos pró-democracia na Praça da Paz Celestial em 1989.
A China repudiou os protestos, que chamou de ilegais, e a liderança do Partido Comunista em Pequim viu como preocupantes as manifestações pró-democracia que se espalharam para os vizinhos Macau e Taiwan.
De acordo com uma fonte do governo ligada a Leung, o líder está disposto a esperar que as passeatas percam força e só interviria se houvesse saques ou episódios de violência.
“A menos que surja uma situação caótica, não enviaremos a tropa de choque… esperamos que isso não aconteça”, disse a fonte à agência de notícias Reuters. “Temos que lidar com isso pacificamente, mesmo que dure semanas ou meses”.
Além da renúncia de Leung Chun-ying, os manifestantes exigem que o governo chinês reveja a decisão de impor restrições à eleição direta do próximo chefe do Executivo de Hong Kong, marcada para 2017.