MARIANA CARNEIRO SÃO PAULO, SP – Ideia defendida pelo então candidato Eduardo Campos no início da campanha eleitoral, a redução da meta de inflação para 3% ao ano, ressurgiu, nesta sexta-feira (3), no programa de governo de Aécio Neves (PSDB). A proposta tinha circulado na campanha do partido concorrente PSB antes da morte de Campos. Mas foi abandonada na elaboração do programa de Marina Silva, que assumiu a candidatura em agosto. A ideia de Campos era baixar a meta para 3% em 2019. No programa do PSDB, não há data para que a nova meta entre em vigor. Atualmente, a inflação está em 6,5% –mesmo com o adiamento dos reajustes da gasolina, da energia elétrica e do transporte público em algumas capitais. Economistas estimam que a inflação poderá ficar ainda mais elevada no ano que vem, em razão da correção esperada destes preços represados e do impacto da alta do dólar sobre a inflação em 2015. No programa do PSDB, é dito que a meta atual, de 4,5%, deve ser alcançada em dois a três anos. A partir de então, haveria o esforço de reduzi-la até 3%. “Uma vez atingida em dois a três anos, a meta de inflação será reduzida gradualmente até 3%, assim como a banda de flutuação, dos atuais 2% para 1,5%”, afirma o texto. O PT vem atacando a proposta, afirmando que a redução da meta de inflação significaria aumento da taxa de juros e do desemprego.