BRUNO DIAS
SÃO PAULO, SP – O 30 Seconds to Mars provou no palco do Espaço das Américas, em São Paulo, por que esgotou 7 mil ingressos para o primeiro de quatro shows que fará no Brasil.
O clássico “O Fortuna”, de Carmina Burana, introduz a banda no palco e entrega o clima messiânico da apresentação, que já começa com “Up in the Air”, e gritos de “pulem!” e “façam barulho!”, do ator e músico Jared Leto.
Aos 42 anos, o vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante, neste ano, por “Clube de Compras Dallas”, é o centro das atenções. Parecendo uma espécie de messias pós-moderno –com suas vestimentas brancas, cabelos e barba compridos–, Leto aparenta ter uns dez anos a menos, tamanha a disposição em cima do palco.
Tudo é milimetricamente pensado. As bolas coloridas no meio da galera em “This is War”, a primeira chuva de papel picado em “Conquistador”, a subida de um fã no palco em “Kings and Queens” e a entrada de Leto com uma bandeira do Brasil em “Do or Die”.
Apesar da disposição, o calor incomodou Jared Leto, que ficou boa parte do show sem camisa, para delírio do público feminino, maioria ali. Ele chamou a produção local de “pão duros” por não ligarem os ar-condicionados, exigindo “água para todos”.
A parte acústica foi o ponto alto da noite. Nela, o cantor ficou sozinho com seu violão na passarela que ia até o meio da pista premium e tocou três músicas: “Hurricane”, “Alibi” e “The Kill (Bury Me)”.
O vocalista ainda fez uma pausa para gravar um vídeo selfie, perguntando: “Snapchat ou Instagram?”. Para em seguida exaltar mais uma vez nosso país: “Hashtag açaí; hashtag Brasil, com S ou com Z? Com S?! É, danem-se os americanos”.
Emocionado, Leto lembrou a passagem do 30 Seconds pelo Rock in Rio 2013 (e seu voo de tirolesa), e ainda faz lobby para a banda retornar na edição 2015 do festival. “Vocês sabem quem vai tocar na próxima edição do Rock in Rio? Espero que vocês façam uma petição para nós tocarmos de novo.”
Seguindo o script, que inclui levar cerca de 50 fãs para o palco, o 30 Seconds to Mars fechou seu show-culto de uma hora e meia com “Closer to the Edge” e uma longa chuva de papel picado.
A banda ainda toca no Rio de Janeiro, neste sábado (com ingressos esgotados) e domingo (há ingressos para pista), na Fundição Progresso. E finaliza sua turnê pelo Brasil em Brasília, na próxima terça-feira (21/10), no NET Live Brasília (antigo Ópera Hall; há ingressos para pista).