A cúpula do PT do Paraná procurou ontem minimizar a denúncia feita pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em depoimento ao Ministério Público Federal, de a senadora e ex-candidata do partido ao governo do Estado, Gleisi Hoffmann, teria recebido R$ 1 milhão em recursos desviados da estatal para sua campanha ao Senado em 2010. Gleisi negou as denúncias, afirmando não conhecer Costa, nem o doleiro Alberto Youssef, outro dos operadores do esquema que preso pela operação Lava Jato, fez acordo de delação premiada com o MPF. Segundo o ex-diretor, o repasse teria sido feito à pedido de Youssef. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de São Paulo no último domingo.
O presidente do PT paranaense, deputado estadual Ênio Verri, colocou os depoimentos em dúvida, afirmando que tanto Costa quanto o doleiro são réus confessos. Tem um cara preso, um bandido, que cita nomes de outros como sendo bandidos. Não tem prova e publica-se como verdade, alegou o dirigente.
Verri lembrou o PSDB do candidato à presidência, senador Aécio Neves, também foi envolvido. Segundo a Folha de São Paulo, Costa teria afirmado ter repassado R$ 10 milhões ao então presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra, para abafar as investigações da CPI da Petrobras em 2009. Guerra – que morreu em março deste ano – integrava a comissão junto com outro senador tucano, Álvaro Dias. Algum tempo depois, os dois deixaram a CPI acusando a base do governo de impedir qualquer investigação séria. Questionado sobre o fato de que o PT teria usado essa acusação na campanha, já que a presidente Dilma Rousseff citou o caso em debate na TV Bandeirantes na semana passada, o presidente da sigla argumentou: quem está dando credibilidade a isso não é o PT, é a imprensa, alegou.