FELIPE BÄCHTOLD
PORTO ALEGRE, RS – Uma operação deflagrada pelo Ministério Público de Santa Catarina prendeu 16 pessoas suspeitas de adulteração de leite em laticínios nesta segunda-feira (20). As prisões ocorreram em seis municípios do oeste catarinense, em uma cidade do Rio Grande do Sul e outra do Paraná.
A ação é um desdobramento das operações Leite Adulterado 1 e 2, que apuraram crimes na fabricação do produto em agosto.
Segundo a Promotoria de Santa Catarina, há indícios de que laticínios, queijarias e transportadores de leite estavam falsificando e corrompendo o leite destinado ao consumo, o que pode torná-lo prejudicial à saúde.
O promotor Fabiano Baldissarelli afirmou que o grupo acrescentava ao produto água oxigenada, soda cáustica, citrato e água. As substâncias químicas, aponta a investigação, aumentavam o tamanho das cargas e mascaravam a má qualidade higiênica do leite.
O promotor afirma que o leite adulterado chegou a ser encaminhado ao mercado consumidor. Os nomes das marcas ainda não foram divulgados.
Segundo ele, o Ministério da Agricultura vai rastrear as informações colhidas durante a operação para identificar os lotes que usaram a matéria-prima com essas substâncias químicas. Pode ser determinado o recolhimento do produto do comércio.
Entre os presos, há responsáveis pelas empresas, funcionários e comerciantes de produtos químicos. As empresas envolvidas são das cidades catarinenses de Novo Horizonte, Santa Terezinha do Progresso, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Formosa do Sul, São Bernardino e da gaúcha Iraí.
Em setembro, o Ministério Público de Santa Catarina denunciou (acusou formalmente) 48 pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha que adulterava leite no interior do Estado.