A primeira unidade especializada em cuidados continuados integrados do Paraná começa a funcionar em novembro, no município de Rebouças, no Centro-Sul do Estado. A informação foi passada pela direção do Hospital da Caridade Dona Darcy Vargas à comitiva que visitou nesta terça-feira (21) as obras de adequação da instituição.

A comitiva, formada por representantes da Secretaria Estadual da Saúde, Ministério da Saúde, Prefeitura Municipal de Rebouças, Hospital Samaritano (SP) e Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (Cealag), conduz o projeto de Cuidados Continuados Integrados no Estado. Além do Paraná, também participam do projeto: São Paulo, Piauí e Mato Grosso.

O espaço será inaugurado com novos equipamentos e equipe de saúde capacitada na Europa para atendimento a pacientes crônicos, idosos ou com dependência funcional. Com a implantação do serviço, o Estado inicia a última etapa de um projeto inovador que vai qualificar a assistência a esse tipo de paciente.

Vamos colocar em prática um novo modelo de atendimento. A intenção é oferecer cuidado integral aos pacientes de forma contínua e o mais perto de onde vivem, destaca o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.

O projeto-piloto é baseado na experiência de países europeus que modificaram seus modelos de atendimento por conta do envelhecimento da população. Estamos propondo uma mudança de conceito, preparando a rede pública de saúde para atender adequadamente as demandas deste novo perfil da população, explicou Caputo Neto.

SOLUÇÃO – A proposta visa ainda desafogar os hospitais de urgência e redirecionar os atendimentos de média complexidade para hospitais de pequeno porte. Atualmente, a taxa de ocupação do Hospital de Rebouças é inferior a 50% e grande parte dos leitos é subutilizada.

Essa foi a solução que encontramos para oferecer atendimento de qualidade à população com a estrutura que temos. Após a conclusão da reforma, vamos oferecer 15 leitos de pronto socorro e 20 de cuidados continuados, informou o prefeito municipal, Claudemir dos Santos Herthel.

A aposentada Tereza dos Santos, 68 anos, mora há três quadras do hospital e disse estar ansiosa para a inauguração. A gente se sente mais segura por ter um hospital como este aqui perto. É bom, principalmente pra gente que sempre precisa de atendimento, disse.

OBRAS – Segundo o responsável pela obra de readequação do hospital, Milton Salache, faltam apenas alguns ajustes de acabamento. São intervenções pequenas, como colocação de portas e piso em alguns quartos, finalização da parte elétrica e banheiros, ressaltou.

A unidade de Rebouças será responsável por oferecer serviços intermediários, sobretudo no período de reabilitação do paciente. Um exemplo claro é quando um idoso sofre fratura e é atendido em um hospital de urgência. Após o tratamento médico, ele pode liberar o leito hospitalar e ser encaminhado à unidade de cuidados continuados para receber assistência multidisciplinar, com fisioterapia, nutrição e outros serviços voltados à recuperação do paciente.

De acordo com o superintendente do Hospital Samaritano, Luiz Maria Ramos Filho, o paciente deve ficar internado por um período médio de 45 a 60 dias. Geralmente este é o tempo necessário para que o paciente esteja apto a voltar para casa devidamente recuperado, afirma.