SÃO PAULO, SP – A agência estatal de notícias da Coreia do Norte, KCNA, disse que o líder do país, Kim Jong-un, liberou o americano Jeffrey Fowle levando em consideração os “repetidos pedidos” do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “O criminoso foi entregue para o lado norte-americano, de acordo com um relevante procedimento legal”, disse a KCNA. O americano mantido preso por cinco meses na Coreia do Norte chegou nesta quarta-feira (22) aos Estados Unidos, segundo imagens divulgadas pelos canais americanos que mostraram seu avião pousando no aeroporto de Ohio. Fowle, 56, foi preso em maio por deixar uma Bíblia em um clube de marinheiros na cidade norte-coreana de Chongjin. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, saudou a libertação do americano e disse que os EUA estão dispostos a retomar as conversas com Pyongyang caso o governo norte-coreano se comprometa com a desnuclearização. Kerry, falando em Berlim, expressou esperança de que as conversas de desnuclearização com Pyongyang possam recomeçar em breve, de novo com a possibilidade de que os EUA possam, eventualmente, começar a reduzir sua presença militar na região. “Dissemos isso desde o primeiro dia, de que se a Coreia do Norte quiser se entrosar de novo com a comunidade de nações, ela sabe como fazer isso -através de conversas preparadas para discutir a desnuclearização”, disse Kerry. “Os EUA estão totalmente preparados, se eles fizerem isso e começarem o processo, estamos preparados para começar o processo de reduzir a necessidade de presença de forças norte-americanas na região, porque a própria ameaça será reduzida”, acrescentou. A ampla presença de militares dos EUA na Coreia do Norte é uma grande fonte da insatisfação do governo norte-coreano. A Casa Branca fez diversos apelos pela libertação de Fowle e dos outros dois americanos ainda detidos na Coreia do Norte. De acordo com Kerry, nada foi pedido em troca pela libertação. Kerry disse que os EUA estavam em contato com as famílias dos outros americanos, Kenneth Bae e Matthew Miller, e esperava que pudessem ser libertados em breve. Matthew Miller foi preso em abril e condenado a seis anos de trabalhos forçados. Segundo a Coreia do Norte, ele “cometeu atos hostis” ao entrar em seu território “disfarçado de turista”. Já Kenneth Bae foi preso em novembro de 2012, após ser acusado de ser um ativista cristão com a intenção de derrubar o governo norte-coreano. Ele foi condenado a 15 anos de detenção em um campo de trabalhos forçados. A Coreia do Norte está sob sanções da ONU por causa de seus programas nuclear e balístico.