Dois ex-diretores e nove agentes penitenciários da Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC) teriam sido omissos e supostamente colaboraram com a rebelião que aconteceu na unidade em agosto, deixando o saldo de cinco mortos. As irregularidades foram constatadas e divulgadas em relatório da Comissão de Sindicância da Corregedoria do Sistema Penitenciário do Paraná.

As investigações indicam que os diretores sabiam que os agentes penitenciários trabalhavam apenas de três a quatro horas no período da noite e que no restante do tempo dormiam ou descansavam. Contudo, o Departamento Penitenciário (Depen) nunca foi informado sobre a situação. Para agravar ainda mais, eles também são suspeitos de permitir que presos ameaçados, como os que respondem por estupro, ficassem próximos a presos considerados mais perigoso, sem adotar medidas preventivas, mesmo sabendo que os presos preparavam uma rebelião.

Já entre os agentes, uma das irregularidades constatadas foi a decisão de manter apenas um agente penitenciário por bloco durante a noite com rondas apenas no corredor central da unidade. Além disso, eles teriam agredido ou permitido agressões físicas e psicológicas aos detentos, teriam mantido celas fechadas durante vários dias e não permitiam que presos ameaçados tivessem o banho de sol. Um dos agentes ainda é suspeito de entregar serras e aparelhos de telefone celular a detentos em troca de dinheiro.

Segundo a Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), os servidores responderão a um procedimento administrativo disciplinar (PAD) e podem ser demitidos. O Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindarspen), porém, já afirmou que não concorda com o relatório, argumentando que o governo estadual está tentando fugir da culpa pela situação do sistema penitenciário.