O Governo do Estado está realizando uma ampla pesquisa para avaliar o grau de conhecimento dos jovens em relação à Aids e demais doenças sexualmente transmissíveis. Desde o mês de setembro, cerca de 3,5 mil estudantes de 53 escolas e duas universidades já foram entrevistados.

A iniciativa faz parte das ações do projeto de Protagonismo Juvenil, desenvolvido pela Secretaria da Saúde, com apoio da Secretaria de Educação e de diversas Instituições de Ensino Superior. Inicialmente, o foco da pesquisa são as regiões de fronteira, devido aos altos índices de transmissão do vírus HIV entre o público jovem.

Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, o objetivo é compreender a concepção do jovem quando questionado sobre temas relacionados à prevenção, transmissão, diagnóstico, sintomas e tratamento desse tipo de doença. A partir dos resultados, vamos traçar estratégias de comunicação para atingir esse público e mantê-los cada vez mais informados, disse.

CURITIBA – Nesta quinta-feira (23), estudantes da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), na capital, também foram alvo de uma pesquisa de comportamento. A atividade integra o projeto Protagonismo Juvenil: Sexualidade e Promoção de Saúde no Espaço da Universidade, promovido pela UTP com o apoio da Secretaria da Saúde.

Uma estrutura da secretaria foi montada no pátio do campus Barigui para a pesquisa. O trabalho foi realizado em uma tenda fechada e consistiu na gravação da resposta do aluno após a leitura de uma pergunta simples sobre DSTs.

Com isso, podemos ter noção do que o jovem realmente pensa sobre determinado tema, pois a resposta demonstra significado e atitude, ressalta a coordenadora do Programa Estadual de Controle das DST/Aids, Elisete Ribeiro.

JOVENS – A estudante Anne Helouise Viero, 19, participou da pesquisa e destacou a importância de se discutir a transmissão das DSTs dentro da universidade. Muitos só sabem o básico sobre essas doenças, mas devíamos nos aprofundar mais, até porque é a nossa saúde que está em jogo, declarou.

Já Matheus Gomes Domanski, 18, afirma que é preciso quebrar o tabu e falar sobre isso frequentemente. Minha pergunta foi sobre a forma de transmissão do HIV. Eu sei que acontece pelas relações sexuais e que a melhor forma de prevenção é usar preservativo, mas conheço pessoas que acham que o anticoncepcional também pode ser uma forma de proteção, disse.

Após as gravações, os estudantes receberam materiais educativos que esclarecem as principais dúvidas do público jovem. O vídeo finalizado com os depoimentos será apresentado no dia 29 de novembro, durante a oficina Discutindo as sexualidades e a prevenção na universidade.

AÇÕES – O projeto de protagonismo juvenil da UTP também envolve outras ações voltadas à conscientização dos alunos. Neste mês, foram instaladas urnas tira-dúvidas nos corredores, além de dispositivos para a retirada de preservativos nos banheiros da instituição.

De acordo com a coordenadora do projeto, Grazielle Tagliamento, a medida está tendo boa aceitação por parte dos universitários. A procura é grande. Estudos mostram que apenas 0,9% dos jovens compram preservativos, por isso pensamos em facilitar o acesso distribuindo-os em um local mais reservado, informa.

O estudante Felipe Campos Coradassi, 18, é favorável à distribuição dos preservativos na universidade. Tem dias que a gente sai daqui direto para a balada e acaba não tendo tempo de passar na farmácia para comprar. Por isso, quanto mais fácil é o acesso à camisinha, maior é a chance de usarmos, conclui.

PÚBLICO-ALVO – De acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde, quase metade dos casos de Aids diagnosticados no Paraná é de pessoas com idade entre 20 e 34 anos. O dado mostra que esta faixa etária está mais vulnerável à transmissão do HIV e por isso as campanhas educativas devem ser focadas neste público.