SÃO PAULO, SP – ‘A história da Jacopiei também é uma história de amor‘, resume Antonio Pugliese, 35. Formado em edificação, o italiano se mudou para a Bahia depois de conhecer num site de troca de idiomas a estudante de administração Jade França Ramos, 21. Para trabalhar juntos, montaram um projeto de negócio que foi selecionado pelo Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), ligado à USP. A Jacopiei começou a ser testada na Cidade Universitária, em São Paulo, no começo de outubro. A ideia é oferecer fotocópias e impressões de graça a estudantes que, em troca, recebem propagandas em meio ao material. ‘No final, o produto se parece com uma revista, com algo na frente, algo no meio e algo no fim‘, explica Pugliesi. O conceito partiu do casal. ‘Ouvindo a rádio na Itália, fiquei sabendo de uma padaria que dava sacolas de graça promovendo a marca. Aqui, a Jade reclamava do preço que pagava pelo xerox da faculdade‘, conta Pugliese. Pesquisando, a dupla descobriu que um modelo parecido com o que tinham em mente já era aplicado nos EUA e decidiu desenvolver um projeto e enviá-lo para a Cietec em novembro do ano passado. Em março, Pugliesi e Ramos se mudaram para São Paulo e, em julho, se casaram. Até o momento, a Jacopiei recebeu R$ 40 mil de investimento, parte dele de um amigo de Pugliesi, e o apoio da Cietec. ‘Além de consultoria aulas para estruturar o negócio, eles dão um espaço de escritório a preço quase zero, o que seria impossível em outro lugar em São Paulo.‘ O negócio funciona assim: os estudantes se cadastram num site e recebem em troca crédito de cópias que podem retirar. O sistema foi desenvolvido com a Poli Júnior, e o site, com a ECA Júnior, empresas tocadas por estudantes da USP. Os anunciantes podem usar os dados do cadastro para fazer anúncios direcionados, que patrocinam as cópias. ‘Queremos que seja o mais próximo possível ao anúncio no Facebook, com o anunciante decidindo com qual estudante quer falar e a quantos quer chegar‘, afirma Pugliesi. De acordo com Pugliesi, a responsabilidade por alguma quebra de direitos autorais seria das copiadoras. ‘Elas sabem que não podem copiar mais do que determinada porcentagem de um livro e trabalham com um material selecionado por professores‘, afirma. As cópias são limitadas a 50 páginas, sempre frente e verso, por dia para cada cliente. O serviço está em teste na ECA (Escola de Comunicação e Artes), numa unidade da copiadora Multiofício. Os 170 estudantes inscritos até o momento recebem junto com suas cópias um cupom de desconto de 50% do albergue Zé Caramujo, de Santos, e um QR Code (código que pode ser lido por celulares ou tablets), que dá acesso a um jogo desenvolvido por outra empresa do Cietec. Elaine Gardinali, uma das sócias da copiadora, diz que se interessou pelo projeto a ponto de vender à empresa cotas de cópias a preço de custo. ‘Agora há alunos de outras partes do Campus que vêm conhecer a Multiofício‘, diz. Ela afirma que isso deve ajudar a trazer clientes para outros negócios, como encadernação e revisão e que, até agora, mais da metade dos cadastrados já fez cópias. O próximo passo da empresa é ampliar os testes para uma copiadora da Poli-USP (Escola Politécnica da USP) e cadastrar outros 150 estudantes. De acordo com Pugliesi, uma multinacional que lida com recrutamento de profissionais está interessada em anunciar.