RIBEIRÃO PRETO, SP – Por meio de denúncias de desperdício de água feitas pela própria população, o departamento de água de Brodowski (a 339 km de São Paulo) descobriu três ligações clandestinas na cidade. Os casos foram encaminhados à Polícia Civil.
Desde o início do mês a prefeitura está realizando a fiscalização. A ação, que ocorre à terças-feiras pelo único encanador do departamento, recebeu o nome de “caça-gato”.
“Os vizinhos denunciam aquela pessoa que está lavando a calçada todos os dias e, quando puxamos a ficha [do denunciado], o consumo está zerado. A partir daí, passamos a investigar e encontramos as ligações clandestinas”, afirmou Olavo Dalpogeto, diretor do Saaeb (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Brodowski).
Em ao menos outras quatro cidades da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), os moradores passaram a usar as redes sociais para denunciar desperdício e para monitorar a situação hídrica.
“Encontramos alguns tipos de fraude como arame ou agulha no hidrômetro e até um segundo hidrômetro, colocado debaixo da terra”, disse Dalpogeto.
Estas manobras, segundo o diretor, impendem que o consumo de água real seja contabilizado pelo Saaeb e cobrado do morador.
Os três casos de ligação clandestinas já confirmados pelo Saeeb foram denunciados à polícia.
A multa do Saaeb para quem faz uma ligação clandestina é de R$ 450. Além disso, a pessoa pode ter de pagar uma cobrança retroativa pelo tempo estimado que consumiu a água sem pagar.
Em um dos casos, a água era usada para irrigar um pasto sem que o proprietário da área pagasse por isso.
O recurso era captado do sistema de tratamento do município por meio de uma ligação clandestina.
O município vem sofrendo com problemas no abastecimento neste ano por causa da seca e por problemas com a estrutura de captação e distribuição.
Em agosto, o fornecimento de água foi feito por meio de caminhões-pipa depois que a bomba do principal poço da cidade quebrou. A cidade chegou a decretar estado de emergência.
Além disso, os problemas com o abastecimento da cidade são alvo de uma investigação do Ministério Público.