SÃO PAULO, SP – Enquanto a FecomercioSP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) comemorou a alta dos juros, afirmando que a o risco de alta da inflação não foi eliminado, as indústrias fluminenses desaprovaram a medida. O Banco Central elevou nesta quarta-feira (29) a Selic para 11,25%, após manter a taxa básica de juros estável por três reuniões consecutivas. A alta ocorre após a eleição presidencial. A Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) defendeu que a alta dos juros não é solução para um quadro de “baixo crescimento, piora da inflação, erosão do quadro fiscal e aprofundamento do deficit externo”. Trabalhadores também reclamaram da medida. A Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) disse que a alta emperra o crescimento. Abaixo, a repercussão do aumento. FECOMERCIOSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) “Para a FecomercioSP, a decisão foi correta, pois a entidade não está plenamente convencida de que o risco do IPCA ficar acima da meta tenha sido realmente eliminado. Na análise da federação, o IPCA de 2014 deve fechar muito próximo do teto da meta (ao redor de 6,5%), porém, o mais importante é verificar se a inflação está em trajetória de queda. Também é importante ressaltar que, passado o período eleitoral, a volatilidade de mercado e os ânimos devem se acalmar, facilitando para o Banco Central conter especulações e momentos de pânico. Outro sinal é a ausência de descontrole cambial, o que tornaria mais complexo o trabalho do Banco Central no combate à alta de preços. Ao elevar a Selic em 0,25%, a autoridade econômica demonstra agir com prudência, o que a Entidade considera positivo. Além disso, o governo sinaliza que já compreendeu as preocupações dos mercados, dos investidores e dos analistas e indica que vai promover mudanças na condução econômica, conforme previa a FecomercioSP. Entre as mudanças esperadas está o aumento da rigidez com as contas públicas, fator fundamental para combater a inflação sem ser necessário elevar mais a taxa de juros. A federação considera que a coordenação harmoniosa das políticas monetária e fiscal seja a melhor solução de combate à inflação.” FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) “A economia brasileira passa por um período de baixo crescimento, piora da inflação, erosão do quadro fiscal e aprofundamento do déficit externo. Em especial, é preocupante a trajetória futura de inflação, levando em conta a necessidade de correção dos preços administrados. No momento presente, já convivemos com inflação e juros elevados, a despeito da atividade fraca. Os desequilíbrios são inúmeros e o Sistema Firjan considera que a solução não passa por mais juros. Particularmente, é condição necessária uma nova postura no campo fiscal, com retorno à transparência e diminuição dos gastos públicos de natureza corrente, permitindo um recuo efetivo da inflação. Só assim voltaremos a ter um ambiente econômico mais saudável, com crescimento sustentável, inflação dentro da meta e juros em queda.” CONTRAF-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) “O crescimento econômico já está baixo e os juros, altos. E agora com a elevação da Selic, emperra ainda mais o crescimento. Mais uma vez o Banco Central desperdiçou uma boa oportunidade para retomar o bom caminho da redução da Selic e, com isso, forçar uma queda maior dos juros e dos spreads dos bancos, a fim de baratear o crédito e incentivar o emprego, o desenvolvimento e a distribuição de renda. A continuidade das altas taxas de juros só serve para engordar o lucro dos bancos e inibir os investimentos das empresas na produção. As urnas mostraram que a política econômica precisa estar voltada para o crescimento econômico, gerando emprego e distribuição de renda. O Copom precisa ouvir mais a sociedade e menos o mercado. Os bancos abocanham recursos bilionários do Estado, na medida em que são os principais detentores de títulos públicos e se beneficiam das altas taxas da Selic, dificultando investimentos que o país tanto precisa para acelerar o crescimento e combater as desigualdades sociais. Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT “