EDUARDO CUCOLO
BRASÍLIA, DF – A concessão de financiamentos para compra de veículos por pessoas físicas cresceu 11% em setembro, na comparação com agosto, e alcançou o maior valor do ano. Segundo o Banco Central, foram liberados R$ 8,5 bilhões em empréstimos nessa linha de crédito no país. Ante o mesmo período do ano passado, a alta foi de 10,3%.
Setembro foi o primeiro mês de impacto das medidas anunciadas pelo governo para incentivar essas operações, por meio da liberação de recursos dos depósitos compulsórios.
No acumulado do ano, os novos empréstimos automotivos para pessoas físicas apresentam expansão de 2,7% em relação aos nove primeiros meses de 2013.
Apesar do aumento na liberação de empréstimos, o saldo de operações de crédito automotivo continua em queda este ano. Isso ocorre porque o valor das operações que estão sendo pagas é superior ao de novos financiamentos.
O saldo recuou 0,3% em setembro na comparação com agosto e caiu 4,7% em relação a setembro do ano passado.
A taxa média de juros nessas operações caiu para 22,8% ao ano em setembro, menor valor desde abril (22,6% ao ano). A inadimplência caiu pelo quarto mês seguido, para 4,4%. Há um ano, estava em 5,7%.
OUTRAS OPERAÇÕES
As operações totais de crédito bancário cresceram 1,3% em setembro em relação a agosto. No mês anterior, o avanço mensal havia sido de 0,9%.
Também houve aceleração no crescimento em 12 meses, de 11,1% até agosto para 11,7% até setembro. O saldo chegou a R$ 2,9 trilhões (57,2% do PIB).
A aceleração do crédito se deu após o anúncio da liberação de mais de R$ 40 bilhões em incentivos feito pelo BC em julho e agosto, em meio ao período eleitoral e sob pressão de outras áreas do governo.
Nesta quarta-feira (29), no entanto, o BC tomou medida no sentido contrário e elevou a taxa básica de juros de 11% para 11,25% ao ano, três dias após a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Em setembro, a taxa média de juros para pessoas físicas caiu pelo segundo mês consecutivo, para 27,5% ao ano, menor percentual desde fevereiro (27,4%). A inadimplência passou de 4,4% para 4,2% nessas operações.