SÃO PAULO, SP – Ucrânia e Rússia não chegaram a um acordo sobre gás natural em uma reunião com a União Europeia que avançou pela madrugada, e haverá uma nova rodada de negociações nesta quinta-feira (30) à noite, disse o ministro da Energia russo, Alexander Novak, de acordo com a agência de notícias RIA Novosti.
“As negociações ainda não foram encerradas, estamos apenas terminando uma longa discussão sobre os documentos que precisam ser preparados com base nos resultados das conversas”, disse Novak, na madrugada desta quinta-feira, em Bruxelas.
Além do conflito militar no leste da Ucrânia, Kiev e Moscou estão confrontados com a questão do gás desde que a estatal russa Gazprom aumentou o preço do fornecimento a um nível sem equivalente na Europa, após a chegada dos pró-ocidentais ao poder na Ucrânia.
Moscou suspendeu o fornecimento para a Ucrânia em junho, depois que Kiev se negou a pagar a nova tarifa imposta e uma dívida pelo gás já fornecido. Vários ciclos de negociação, incluindo a participação da UE, fracassaram até agora.
Alexei Miller, chefe da Gazprom, disse que o acordo só será fechado depois que a Ucrânia e a União Europeia chegarem a um consenso sobre garantias financeiras de Bruxelas para Kiev, de acordo com a agência de notícias Interfax.
A Ucrânia pedirá aos Estados Unidos e à União Europeia que ajudem a pagar suas dívida relativa ao gás russo, informou nesta quinta-feira o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatsenuk.
“Vou conversar por telefone como vice-presidente americano Joe Biden e a chefe de Governo alemã Angela Merkel para falar de instrumentos financeiros que permitam pagar nossas faturas de energia”, declarou Yatsenuk no conselho de ministro em Kiev.
CRISE DO GÁS
Moscou é responsável por 1/3 do gás consumido na Europa, parte do qual chega ao continente pela Ucrânia.
No entanto, houve uma inversão do fluxo, para que a Europa suprisse a Ucrânia após a crise com a Rússia.
O país interrompeu o fornecimento à Ucrânia depois que Kiev não pagou os US$ 1,95 bilhões exigidos pela estatal russa Gazprom pelo gás já exportado.
A crise de gás entre os países começou depois que o ex-presidente ucraniano Viktor Yanucovich, aliado de Moscou, foi derrubado em fevereiro e sucedido por Petro Poroshenko, mais alinhado à Europa.