ÉDER FANTONI
SÃO PAULO, SP – A sétima edição do NBB, principal liga de basquete do país, terá uma “invasão” de jogadores dos Estados Unidos. O torneio começa nesta sexta-feira (31) com a partida entre Paulistano e Flamengo, às 19h30, em São Paulo.
A competição já tem 33 estrangeiros registrados, sendo que 25 deles são americanos. Argentina (seis), Uruguai (um) e Espanha (um) são os outros três países com representantes no torneio.
“Eu acho extremamente positivo [ter estrangeiros no basquete nacional]. O Brasil precisa de jogadores assim. Alguns americanos têm uma estupenda qualidade, até com passagens pela NBA. Esses jogadores são muito bem-vindos”, disse o técnico Alberto Bial, do Basquete Cearense.
“É necessário qualificar a competição cada vez mais. Não tem como a gente querer crescer apenas com os jogadores que formamos no Brasil, não temos esse número de jogadores qualificados para compor as 16 equipes”, afirmou.
Cada equipe pode inscrever no máximo três estrangeiros. Dos 16 times, cinco (Flamengo, Liga Sorocabana, Limeira, Palmeiras e Paulistano) já atingiram a cota. Desses, Liga Sorocabana e Paulistano preencheram as vagas só com americanos.
“É uma tendência mundial, e nós estamos acompanhando isso. O mundo caminha nessa direção, não é só o basquete”, disse o técnico do Pinheiros, Marcel.
O NBB registrou um crescimento no número de estrangeiros desde a primeira temporada, em 2008/09, quando teve apenas oito jogadores de fora do país. No ano seguinte, teve 19. Em 2010/11, registrou 22. No campeonato seguinte, 31. Depois, 42. Na última temporada, 44 estrangeiros passaram pela liga.
Para esta sétima edição, 33 já estão confirmados, mas o número pode aumentar, já que, de acordo com o regulamento da competição, os clubes podem fazer contratações até o dia 8 de janeiro, quando fecha o prazo para inscrição de atletas.
“As melhores ligar têm estrangeiros, como na NBA, na Espanha. Isso faz parte de um torneio competitivo, bem organizado, que está evoluindo. Acho muito saudável. Isso mostra o potencial do basquete masculino brasileiro”, disse o técnico do Bauru, Guerrinha.
Luiz Zanon, treinador do São José, porém, faz um contraponto e alerta sobre o risco de diminuir as chances de jovens jogadores do país.
“Estrangeiros aqui é salutar. Três por equipe, não sei se é muito interessante. Dois seria um número melhor. Até para fortalecer o nosso basquete interno. Porque se você começa a jogar com muitos jogadores de fora, você melhor o nível de quem está jogando, mas tira oportunidades”, afirmou.