ISABELA PALHARES, ENVIADA ESPECIAL
ARARAQUARA, SP – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (31) que, como governante, precisa “trabalhar junto e somar esforços pelo bem dos interesses coletivos”.
Na quarta-feira (29), o governador já havia afirmado que pediria ao governo federal recursos financeiros e a desoneração de impostos para enfrentar a atual crise de desabastecimento de água no Estado.
“Nós todos somos governantes de uma república federativa e o que caracteriza uma federação são as parcerias entre todos os governos”, disse Alckmin, durante a entrega de obras de duplicação de uma rodovia em Araraquara (a 273 km de São Paulo).
O governador também fez novas críticas à decisão do ONS (Operador Nacional do Sistema), que, segundo ele, priorizou o fluxo de água para geração de energia nos rios Jaguari e Paraibuna, ao invés de destinar ao abastecimento público.
Também cobrou que a ANA (Agência Nacional de Águas) freie a utilização de um volume de 160 metros cúbicos por segundo de água da bacia do Paraíba do Sul para a produção de energia pela usina hidrelétrica de Santa Cecília.
Alckmin quer usar a água do primeiro rio para abastecer o sistema Cantareira e levar água à Grande SP. Ele defende obras de interligação do rio Jaguari, da bacia do Paraíba do Sul, com a represa do Atibainha, do sistema Cantareira.
De acordo com ele, o uso da água em períodos de estiagem deveria ser prioritariamente para o abastecimento humano.
“Quando nós alertamos [em março, sobre a necessidade de usar a água para abastecer São Paulo], o Jaguari tinha 42%. Hoje tem só 11%, sendo que poderia ter uma reservação muito maior e trazer segurança hídrica não só para São Paulo, mas também para o Rio de Janeiro”, disse o governador.
Alckmin ainda negou ter qualquer “divergência” com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que já ameaçou levar a Brasília a disputa sobre o uso das águas da bacia do Paraíba do Sul.
“Nós defendemos que, seja no Rio de Janeiro ou em São Paulo, a prioridade para o uso da água seja para o abastecimento humano”, disse.
O governador também confirmou que pode utilizar a segunda reserva técnica do Cantareira para o abastecimento da região metropolitana de São Paulo. “É para isso que ela [reserva técnica] existe”, disse.